Bakemonogatari: Volume 1 - Caracol Mayoi 002

From Baka-Tsuki
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"Ora ora, olhem só! Eu pensei que alguém tinha deixado um cachorro morto no banco da praça mas era apenas você, Araragi-kun."

Senti como se eu tivesse acabado de ouvir uma saudação tão nova que poderia ser o primeiro homem a ser tratado assim na história da humanidade, levantei meus olhos do chão para descobrir que minha colega de classe Senjougahara Hitagi estava lá.

Obviamente, como era domingo, ela não estava usando seu uniforme. Acho que devia falar algo sobre ser chamado de cachorro morto, mas quando a vi com roupas comuns, e além disso, deixando seu longo cabelo preso como um rabo de cavalo; essa refrescante visão da Senjougahara me fez engolir as palavras que já estavam em minha língua.

Uau...

Definitivamente não muito exposta, seus seios estavam estranhamente enfatizados na parte de cima--e sua saia num tamanho bem diferente dos uniformes escolares convencionais. Você nem poderia chamar aquilo de saia, e aquelas meias pretas eram ainda mais cativantes que suas próprias pernas.

"O que foi agora? Só disse oi. Era brincadeira. Não faça essa cara assustada, por favor. Seu senso de humor é praticamente nulo, Araragi-kun?"

"Hã? Ah, bem..."

"Ou você, o ingênuo Araragi-kun ficou tão fascinado pelas minhas encantadoras roupas informais a ponto de ter seu momento de felicidade?"

"..."

Sua expressão era como depois de uma piada ruim, mas de qualquer forma, o quão perto aquela suposição estava do que eu sentia, acabei não conseguindo formular uma resposta.

"Falando nisso, a parte 蕩 de 'fascinado' é uma palavra ampla. Sabia? Escreve-se 'coroa de grama' sobre 'água quente' (湯). Então dentro de mim, com o brilho do sol (明), pela 'coroa de grama', o moe (萌) passa a ter um nível superior, assumindo a futura geração com simbolismos referentes à grama. Uma palavra sensível como essa cria expectativas em mim. Então nós poderemos ter algo como "fascinação por empregadas" ou "fascinação por orelhas de gato".

"...Suas roupas passam uma impressão diferente das que costumo te ver, então eu me surpreendi. É só isso."

"Oh, pode até ser. Era porque eu estava vestindo minhas roupas de adulta da última vez."

"Sério? Hah."

"Falando nisso, eu comprei este conjunto inteiro ontem, para celebrar minha parcial recuperação."

"Recuperação..."

Senjougahara Hitagi.

Uma garota da minha classe.

Até recentemente, ela esteve lidando com um certo problema. Esse problema, até recentemente--e desde que ela entrou no ensino médio.

Por mais de dois anos.

Incessantemente.

Por causa desse problema ela não podia fazer amigos, não podia abraçar ninguém, sua vida escolar era tão torturante como uma vida dentro de uma prisão; felizmente, o problema foi resolvido segunda-feira passada. Eu tive uma parte nessa ajuda--eu e Senjougahara estudamos juntos o primeiro, segundo, e este, o terceiro ano, no qual realmente nos falamos. Você pode dizer que uma conexão foi criada entre mim e ela, que parecia calma e inteligente, tão belamente fraca, doente e frágil.

O problema foi resolvido.

Resolvido.

Dito isto, vendo pela perspectiva da Senjougahara, o problema não era tão simples, é claro--é muito ruim para ela ter tido que faltar aula até o sábado, que foi ontem. Aparentemente ela passou esse tempo no hospital fazendo exames.

Então, ontem.

Ela estava livre disso tudo.

Aparentemente.

Depois de tudo.

Ou ao contrário, por fim.

Ou, de um outro jeito, finalmente.

"Bem, embora eu disse assim, a raiz do problema não é fixa, portanto, para mim, é uma questão delicada se deixar isso pra lá e ser feliz ou não."

"A raiz do problema--hm."

Sim, o problema dela não era do tipo que simplesmente se resolve.

Mas não há muitos fenômenos que possam ser chamados de problema--porque tudo é passageiro, e a verdadeira face do que você chama de "problema" é como você interpreta mais tarde.

O mesmo vale para o caso da Senjougahara.

O mesmo vale para o meu caso.

"Eu não ligo. Tudo bem se você só pensar nisso."

"Hah. Bom, ok."

Aquilo era verdade.

Verdade para ambos.

"Sim, com certeza. Isso também significa que estarei feliz enquanto continuar pensando com clareza."

"... A maneira como você disse isso implica que há alguém em algum lugar que não é feliz, mesmo pensando claramente."

"Araragi-kun é idiota."

"Então você disse diretamente!"

Ignorando completamente o contexto, também.

Então você diz que sou idiota por que...

Faz quase uma semana, e mesmo assim ela não mudou nada.

"Mas estou feliz," Senjougahara disse com um leve sorriso. "Estava andando para me acostumar com essas roupas, mas antes de tudo queria que você me visse usando-as."

"...Hm?"

"Porque resolver meu problema me permitiu escolher roupas livremente, veja. Agora posso usar qualquer coisa, o que quer que elas sejam, sem nenhum limite."

"Ah... acho que você pode sim."

Não poder escolher suas roupas.

Esse era um dos problemas dela, então.

Na idade dela, o que uma garota mais quer é se sentir bonita.

"Então você queria me mostrar elas primeiro, bem, muito legal da sua parte."

"Eu não queria mostrá-las a você, Araragi-kun, queria que você as visse. A nuance é completamente diferente."

"Sério?..."

Porém, ela estava com as roupas mais intensas do que aquelas "mais suave" na segunda-feira ... No entanto, as roupas que ela estava usando agora, com ênfase superior no peito, foram completamente, certamente, charmoso o suficiente para manter os meus olhos firmemente pregados. Seu gosto era provavelmente a culpa deu me sentir atraído como que por um ímã poderoso. Ela estava fazendo a si mesma uma menina doente, mas, muito ao contrário a essas palavras, eu não podia negar uma inclinação positiva nela. Desde que ela havia prendido o cabelo em um rabo de cavalo, a linha superior do corpo se tornou aparente. Especialmente em torno de seu peito - uh, por que eu estou falando sobre seu peito o tempo todo ... Não é mesmo que expôs ... ou melhor, considerando o meio de maio e ela vestindo uma jaqueta de manga comprida e meias longas, bastante subexposta, mas, bem, exótico. Ora, o que isso significa? Talvez o caso de Senjougahara Hitagi que aconteceu na segunda-feira e o caso dá representante de classe, Hanekawa Tsubasa que ocorreu durante a Golden Week tenha ambos me dado poderes para se sentir mais atraído por uma mulher vestida em vez de uma vestindo lingerie ou nua...

E se for pensar com calma, eu olhando dessa forma para uma colega de classe é uma grosseria, na minha opinião. Eu me senti como eu estivesse envergonhando a mim mesmo.

“A propósito Araragi-kun. O que exatamente você está fazendo aqui? Você criou um hábito de matar aulas, enquanto eu estava na minha licença? E você não pode conversar com seus pais sobre isso, então você finge que estar frequentando, e fica matando o seu tempo neste parque ou algo assim ... Se for esse o caso, o que eu estava temendo realmente aconteceu!"

"Parece que eu estou sendo rebaixado ..."

E hoje é domingo.

Também é o Dia das Mães.

Eu queria falar, mas desisti em seguida. Senjougahara vive com seu pai por certas razões. Quanto à sua mãe, ela estava em uma situação ruim. Provavelmente ela se sentiria mal se eu falasse algo a respeito, mas ainda não é algo que eu deveria falar livremente, eu acho. As palavras "Dia das Mães" deve ser um tabu para Senjougahara partir de agora.

Eu não— Eu não quero ir mais fundo nesse assunto.

"Não exatamente. Estou apenas matando o tempo."

"Um homem que consegue responder “Estou apenas matando o tempo” quando perguntado o que ele está fazendo, não vale mais que uns rumores. Embora, eu preferira que essa ideia não tivesse nenhuma relação com o Araragi-kun".

"... Eu estou passeando ao redor daqui."

De bicicleta, eu adicionei. Senjougahara ouviu, assentiu com um curioso "hmm", e se virou para a entrada do parque. Exatamente onde a minha bicicleta estava estacionada.

"Então, essa bicicleta é sua?"

"Hm? Sim."

"Ela está tão enferrujada que você pensaria que foi revestida com óxido de ferro, sua corrente está quebrada e em pedaços, é incrível como esta bicicleta ainda pode se mover."

"Não essa!"

Essa é a bicicleta abandonada.

"Fora as duas bicicletas desse jeito, tem a legal, certo? A vermelha! Essa é a minha!"

"Hm... Ah. Aquela Mountain Bike[1]."

"Sim, isso."

"MTB."

"Heh. Sim."

"MIB."

"Não."

"Hmm. Ah, é você, Araragi-kun! De qualquer forma, é estranho. O formato dela é bem diferente do que a que você me levou, eu acho."

"Aquela é para a escola. Como se eu fosse andar com uma bicicleta de cestinha por lazer."

"Típico. Porque você é um colegial..." Senjougahara acena com a cabeça, cantarolando silenciosamente com um ar conhecedor. "Colégio, mountain bikes."

"Você está falando como se houvesse algo por trás..."

"Colégio, mountain bikes. Ginásio, canivetes. Fundamental, levantar saias."

"O que essa sequência maldosa quer dizer!?"

"Sem conjunções ou adjetivos, não dá pra saber se é maldosa ou não, certo? Não choramingue conclusões sem base para uma garota, Araragi-kun. Initimidação é uma forma de violência, sabia?"

E abuso verbal não?

Embora eu não vá dizer, porque não adiantaria...

"Certo, tente colocar conjunções e adjetivos."

"Colegial tendo mountain bikes é mais improvável que canivete do ginásio ou levantar de saias do fundamental."

"Então você vai ficar saindo do assunto, não!?"

"Ah, Araragi-kun! Era pra você ter falado que "tendo" não é conjunção nem adjetivo, e sim um verbo no gerúndio, certo?"

"Como alguém conseguiria saber, com o jeito que você falou!"

E essa é a número um da escola.

Ou na verdade só eu não sabendo...

Literatura não é minha colher de chá.

"Quer saber, desencane. Não é nem como se eu gostasse tanto de mountain bike, e de qualquer forma já passou, então decidi que serei mais paciente sobre seu abuso verbal. Ou não paciente, flexível. Mas há 50,000 colegiais que andam de mountain bike ao redor do mundo, não? Está disposta a se colocar contra todos eles?"

"A mountain bike é realmente ótima. Uma pedra preciosa para todo colegial admirar."

Senjougahara Hitagi em "Voltando aos Velhos Tempos".

Incaracterísticamente sábia em auto-defesa.

"Como o tipo de grandiosidade mostrado não foi nada como Araragi-kun, eu acabei dizendo algo em ad lib[2]."

"E deslocou a responsabilidade..."

"Minha nossa, você gosta de ser implicante, não? Se quer morrer tanto assim, te darei metade disso a qualquer momento."

"Eu alegarei tratamento cruel!"

"Araragi-kun, você vem sempre aqui?"

"Você é definitivamente rápida em voltar ao assunto. Certo, não, é a primeira vez, eu acho. Eu estava só andando na minha bicicleta, e tinha uma pracinha, então estava só descansando um pouco."

Francamente falando, parecia ser muito mais longe - achei que tivesse pedalado até Okinawa, mas o fato que eu consegui esbarrar na Senjougahara tão despretenciosamente, obviamente significa que, de bicicleta, eu não pude nem mesmo sair da cidade que vivo. Como uma vaca de fazenda.

É.

Talvez eu deva tirar uma carteira de motorista.

Mas isso depois que me graduar.

"Mas e você? Você falou sobre se acostumar, bem, isso significa caminhadas reabilitante?"

"Eu falei sobre me acostumar com minhas roupas. Você, por ser um garoto, provavelmente não faz isso? Você ainda andaria um pouco pra se acostumar com os sapatos, pelo menos. Bem, vamos chamar isso de sair pra dar um volta, sim."

"Heh."

"Esse lugar costumava ser meu território há muito tempo atrás."

"..."

O território dela...

"Ahh. Certo, você se mudou durante o segundo ano. Então, você morava aqui antes?"

"Bem, morava."

Então ela morava.

Aha — Isso significa que não é só um simples passeio, nem algo para se acostumar com as roupas, mas na verdade, como seu problema foi resolvido, ela estava se sentindo nostálgica, também. Então ela pode ser humana, também."

"Já faz um tempo, porém, e esse lugar-"

"O quê? Você ia dizer 'não mudou nada'?"

"Não, o oposto. Está completamente diferente," ela instantaneamente respondeu.

Então seu passeio de alguma forma deve ter terminado.

"Não que eu realmente me torne sentimental com isso — ainda assim, quando é sua antiga casa, e ela muda, você simplesmente sente sua motivação diminuir sem motivo em particular."

"Não pode mudar, não incomoda, certo?"

No entanto, estive crescendo no mesmo lugar todo tempo, então, francamente, não pude realmente me por no lugar dela. E eu não tenho o que eles chamam de "cidade natal" em algum lugar do interior, também...

"Verdade. Você não pode mudar," sem uma apropriada reprimenda, o que não é de seu feitio, disse Senjougahara. É raro ela não revidar em algo como uma opinião pessoal. Ou ela achava que falar sobre isso comigo não resolveria nada.

"Diga, Araragi-kun. Já que chegamos aqui, se importaria de ir comigo ali?"

"Como assim?"

"Eu quero falar com você."

"..."

O jeito que ela falou foi realmente sincero.

Suas intenções, simples e claras.

Diretas, direto ao ponto.

"Claro. Eu ocupei uma banco de quatro pessoas sozinho, então estava começando a me sentir culpado de alguma forma."

"Oh, então farei isso."

Isso disse Senjougahara enquanto se sentava ao meu lado.

Aproximadamente próximos o suficiente para nossos ombros se encostarem.

"..."

Hm... Por quê iria ela, num banco para quatro, se sentar como se fosse para dois...? Isso é bem íntimo, Senjougahara-san. Bem à beira de, bem, dois corpos se tocando, ou nem tanto assim, mas qual movimento natural seria o suficiente — esse equilíbrio excelente é, nós sendo colegas de classe, ou até mesmo amigos, só um minúsculo pouquinho ótimo, parecia. Ainda assim, se eu tentasse me distanciar agora, poderia deixar a impressão de que estaria tentando evitar Senjougahara. Se ela pensasse isso, mesmo que essa não fosse minha intenção, só de pensar em qual castigo Senjougahara liberaria em mim foi o suficiente para eu, pessoalmente, não mover um músculo. Como resultado — eu congelei.

"É sobre os acontecimentos recentes."

Em uma situação dessas, em posições de comunicação como essa.

Senjougahara disse em um tom raso.

"Achei que deveria uma vez mais dizer obrigada."

"...Oh. Não é nada, sério, eu não ligo. Pensando no que aconteceu, eu não servi pra nada ali."

"Verdade. Você não serviu nem mesmo como lixo."

"..."

Tecnicamente era a mesma coisa, mas a frase era mais cruel.

Na verdade, essa mulher é cruel.

"Então vá agradecer o Oshino. Acho que isso serve."

"O Oshino-san é uma história difernte. Isso e também que o Oshino-san pediu para que eu pagasse a ele pelo trabalho. 100.000 yen, não foi?"

"Sim. Você vai fazer meio-turnos?"

"Eu ia. No entanto, minha personalidade não é boa para trabalhar, então estou tomando medidas para contornar isso."

"Estar ciente de si mesmo é melhor do que não estar."

"Não é algo que eu possa simplesmente terminar rapidamente..."

"Então você esteve contornando isso."

"Estava brincando contigo. Sou séria sobre dinheiro. Bem, isso faz o Oshino-san se distanciar disso — aqui vai. Agora, eu quero que você, Araragi-kun, de uma maneira diferente da do Oshino-san, aceite minha gratidão."

"Bem, você essencialmente já disse, então já é o suficiente para mim. Porque se você continuar repetindo palavras, não importa o quão sinceras, elas perdem significado."

"Ah, mas desde o começo, não era verdadeiro."

"Então não era!?"

"Brincadeira. Era verdadeiro sim."

"Você está transbordando piadas, não?"

Eu estava transbordando frustração.

Ahem, Senjougahara limpou a garganta.

"Me desculpe. É só que, sempre que você me fala qualquer coisa, eu não consigo não revidar, querer atravessá-la."

"..."

Qual é o sentido de adicionar isso depois de um "Me desculpe"?...

Eu me senti como se ela tivesse dito, "Somos incompatíveis."

"Tenho certeza que, bem, sabe? Você está propensa a atormentar alguém por quem sente afeição. Deve ser esse tipo de reação mental infantil."

"Nah, está mais pra quando você atormenta alguém fraco, esse tipo de reação mental adulta."

Hã?

Senjougahara acabou de falar que sou alguém por quem ela sente afeição?

Ah, não, é só uma figura de linguagem...

Achar que qualquer garota que sorri pra você gosta de você, como um pré-adolescente faria, não é realmente sensato (sorrisos são grátis), então voltei para o assunto.

"Bem, na verdade, não acho que ninguém fez algo por você para você se sentir tão inadimplente, e, como diria o Oshino, 'Você se salvou sozinha', então para mim, todos os 'obrigada's e 'de nada's não precisam ser falados. Eles só complicam relações num prazo longo."

"Relações..." Senjougahara repetiu absolutamente na mesma entonação. "Eu — Araragi-kun. Isto significa que posso pensar em você como uma pessoa próxima?"

"Hã? Claro."

Nós somos como aquelas pessoas que enfrentaram seus problemas e os revelaram uma para a outra. Este não é mais o estágio de "conhecidos", muito menos de "só colegas de classe", eu acho.

"Ah... Sim, nós somos como aqueles que sabem um a fraqueza do outro."

"É?... Nossa relação tinha essa tensão?"

Isso tende a ficar gelado...

"Só pense não como fraquezas, e sim que nós só naturalmente nos aproximamos... Esse seria o certo, não? Então farei o mesmo."

"Mas Araragi-kun, você não parece ser do tipo que tem muitos amigos."

"Isso foi verdade até o ano passado. Tipos à parte, esse era meu lema. Só que eu tive uma mudança de paradigma durante as férias de verão... E você?"

"Para mim isso foi verdade até o domingo passado."

Senjougahara diz.

"Se quer mais — até eu conhecer o Araragi-kun."

"..."

O que há com ela?

Na verdade, o que há com essa situação...

É como se a Senjougahara estivesse prestes a se confessar pra mim... Está muito difícil para respirar, um silêncio muito cheio de significado, bem... Sinto como se não estivesse preparado para isto. Se soubesse que as coisas ficariam assim, teria escolhido melhores roupas, penteado meu cabelo...

Não, espere!

Agh, agora estou ridiculamente envergonhado de mim mesmo, começando a seriamente pensar que se confessarão a mim! Outra coisa que estive pensando sobre, por quê meus olhos repousaram nos seios de Senjougahara? Sou tão previsível assim!? Era Araragi Koyomi um homem tão superficial a ponto de fazer decisões sobre uma garota baseado em seu exterior (seus seios)?...

"O que foi, Araragi-kun?"

"Ah, hm... Me desculpe."

"Pelo quê?"

"Meus pensamentos me fizeram perceber que minha existência é um pecado..."

"Entendo. Um bastardo pecaminoso, é você?"

"..."

Mais uma vez, significava a mesma coisa mas com um nuance cruel.

"Resumindo, Araragi-kun..." disse Senjougahara, "qualquer coisa que você diga, acho que pagarei dívidas a você. Senão, sempre sentirei algo como uma fraqueza com você. Se queremos melhorar nosso relacionamento, temos que passar por isso e sermos amigos em termos quites."

"Amigos..."

Amigos.

Por quê...

Supostamente é uma ideia tocante, independentemente de como você olhar, ainda assim, como tive expectativas em excesso, me sinto pra baixo por dentro, como posso dizer — é como se algo estivesse desapontado dentro de mim...

Não, não é isso...

Definitivamente não é o caso...

"O que foi agora, Araragi-kun? Estou pessoalmente certa de que disse algo bem legal, ainda assim sua expressão é desanimada."

"Não é, não é. Saber que você se sente dessa forma eu me senti como dançando um cancan francês que estou desesperadamente tentando suprimir, então pode parecer diametral."

"Ah."

Ela acenou concordando, aparentemente satisfeita.

"Certo. De qualquer forma — Araragi-kun. Há alguma coisa que você queira que eu faça? Farei qualquer coisa que me disser."

"Q-qualquer?"

"Qualquer."

"Certo..."

Uma garota da minha idade acabou de falar que faria qualquer coisa para mim.

Parecia como se eu estivesse chegando numa conquista inesperada.

...

Mas tenho absoluta certeza que ela sabe o que está dizendo.

"Falo sério, qualquer coisa. O que quer que você você deseje — eu realizarei para você. Domínio do mundo, vida eterna, desejo de derrotar os Saiyajins que logo virão à Terra, o que for."

"Isto significa que você tem mais poder que o Shen Long!?"

"Certamente sim."

Ela afirmou.

"Prefiro que não ache que em um momento tão terrível eu não só me tornaria inútil, mas até mesmo ir para o lado inimigo... Bem, sim, eu prefiro um desejo mais individual. Algo mais simples."

"Típico..."

"Está você, naturalmente, confuso com minha oferta? Então, você pode ir com o mais comum, também. Nesta situação, há alguns desejos frequentemente usados. Como, 'Eu desejo que você me dê cem desejos'."

"É? Isso funciona? Estaria tudo bem para você?"

Nesta situação, o desejo frequentemente usado padrão seria sobre fazer algo impudente e bem de tabú, não?

E ela mesmo disse.

Aquilo é simplesmente pedir por isto.

"Me diga qualquer coisa. Gostaria que me fizesse fazer qualquer coisa que eu possa fazer. Como ficar terminando frases com '-nyu' por uma semana, ou ir para a escola sem vestir calcinha por uma semana, ou me alimentar através de tubos por uma semana, estou certa de que tem suas preferências."

"Nossa, qual é o nível de fetichismo maníaco que você acha que tenho!? Eu perdôo fácilmente, mas isso é simplesmente muito rude!"

"Ah... não, me desculpe mesmo, mas não acho que conseguiria fazer essas coisas por toda a minha vida..."

"É o contrário! Não é porque você subestimou meus desejos que eu estou bravo!"

"Ah, sério."

A face de Senjougahara era como a de um Buddha.

Ela me têm completamente em suas mãos...

"Na verdade, Senjougahara, você tem certeza que aceitaria desejos idiotas como esses?..."

"Plena certeza."

"..."

Essa é uma certeza que você se daria bem em não ter.

"Pelo lado do brainstorm[3], eu pessoalmente recomendaria me fazer te acordar enquanto visto nada além de um avental todo dia. Sou boa em acordar cedo, também, na verdade. Enquanto visto só um avental, claro. Não é o espírito de um verdadeiro homem apreciar a vista pelas costas?"

"Não gaste palavras dispendiosas como "o espírito de um verdadeiro homem" desse jeito! O espírito de um homem é mais, mais legal que isso! E, se isso for feito em ambiente familiar, arruinará essa família numa máxima e instantânea velocidade!"

"Parece que você não acharia ruim, senão pela família. Bem, se importaria de viver em minha casa por uma semana? Embora seja efetivamente a mesma coisa, eu acho."

"Ouça, Senjougahara." Finalmente reuni coragem para pedir para ela fazer algo. "Mesmo que esse tipo de negociação chegue em uma conclusão, não acho que nossa amizade seria possível depois."

"Ah. É verdade, agora que você mencionou. Sim, certo. Deixemos de fora o conteúdo sexual."

Ok, justo.

Espere, fazer ela falar "-nyu" era algo sexual para a Senjougahara?... Ela definitivamente tem gostos especiais para seu estilo sem graça.

"Mas eu não achava que você teria desejos de cunho sexual, de qualquer forma."

"Oh, essa é uma séria confiança."

"Porque você é virgem."

"..."

Já tivemos essa discussão antes, não?

Ah sim, semana passada.

"Virgens são bons de se lidar porque não são muito gananciosos."

"Ah... Senjougahara. Espere um instante. Você tem dito várias coisas sobre minha virgindade, mas não é você inexperiente também? Do jeito que você diz eu não estou, hm, impressionado..."

"Ah, por favor. Eu tenho experiência sim."

"Ah, sério?"

"Uma pilha dela."

Disse Senjougahara sem nem contrair a sombrancelha.

Ela... realmente gosta de revidar tudo o que eu falo, independentemente de quê...

A frase "uma pilha dela" incluída.

"Quer saber... Não sei como dizer, mas e se, vamos supor por um instante que você realmente tem, então que bem faria me dizer esse fato?"

"...Hmm."

Envermelhou.

Foi o que eu fiz, entretanto, não Senjougahara.

Já estou tão cheio dessa conversa.

"Ok... Aqui vai sua correção," Senjougahara logo disse. "Eu não, tenho experiência. Sou virgem."

"...Sigh"

Uma confissão assim, ainda era uma baita confissão.

Por outro lado, ela me forçou a falar, também, então é justo.

"O que significa!" Senjougahara firmemente continua, apontando seu dedo indicador para mim, falando em uma voz tão forte que quase ecoa pelo parque. "Ninguém conversaria com uma aberração virgem entediante como o Araragi-kun, fora uma virgem mentalmente instável atrasada-para-se-casar como eu!"

"...!"

Ela... precisa me ofender ao ponto de estar disposta a se depreciar junto...

De certa forma, tiro meu chapéu a ela; de certa forma, mostro minha bandeira branca a ela.

Recapitulação de todos os frontes.

Bem, com o comportamento e altos valores da Senjougahara, os acontecimentos da última semana devem tê-la deixado se sentindo tão fortemente machucada que pode ter se tornado traumático; portanto, nesse caso, é mais sábio não cavar muito fundo; por causa dela, isso pode ter se tornado mais uma doença do que uma personalidade.

"Mas nós fugimos do assunto," disse Senjougahara a mim, de volta à sua voz calma. "Sério, não há nada, Araragi-kun? Algo simples, como te ajudar com algo."

"Me ajudar — hmmm."

"Me comunico muito mal, e não consigo colocar me palavras, mas acredite, quero ser útil para você."

Não, eu não acho que você fale mal.

Até acho que você fala demais — mas hey, Senjougahara Hitagi...

Você não — parece de todo ruim.

Esses desnecessários pedidos colocados de fora, bem.

Essa não é uma ocasião para perversamente e banalmente trazer desejos obscenos.

"Ou tipo te dizer como para de ser um isolado."

"Eu não estou me isolando. Em qual mundo isolados têm um diabo de mountain bike?"

"Você não pode ter certeza que nenhum isolado tem ou não. Só porque alguém é solitário, você não pode impor seus preconceitos nele, Araragi-kun. Ele pode ter tirado as rodas e pedalar em casa."

"Como em uma bicicleta ergométrica?"

Esse seria um isolado saudável.

Se ele existisse.

"Mas não consigo pensar em nada que tenho problemas."

"Pode ser verdade. Seu cabelo não aparenta que você acabou de acordar."

"Quer dizer que a pior das minhas preocupações seria um friso no meu cabelo?"

"Não analise ao extremo. Sua consciência culposa é surpreendentemente forte... Araragi-kun, não há tanto assim nas entrelinhas daquelas duas frases, sabe?"

"De qual outra forma eu poderia interpretar aquilo..."

Céus.

Ela é como uma rosa, onde todas as pétalas contem espinhos.

"Acho que eu também posso te ajudar com problemas como aquela garota que é gentil com todo mundo menos contigo."

"Que cruel!"

Enquanto eu não falar pra ela fazer algo, mesmo que contra minha vontade, esse desenvolvimento de eventos ameaça durar toda eternidade.

Sigh...

Estou cheio.

"Certo... Meu problema... Bem, não posso falar que isso é algo que realmente me incomoda, saiba você."

"Ah. Tem algo!"

"Todo mundo tem algo."

"Estou ouvindo, o que é?"

"Você parece decidida."

"É claro, d'oh! Estamos prestes a saber se posso retornar o favor a você ou não. Ou é algo difícil de se falar?"

"Não, não é..."

"Então fale! Falar sobre te faz se sentir melhor — pelo menos é o que dizem."

...

Você a ex-"pessoa mais fechada" que já vi, dizendo isso, não apoia em nada essa frase.

"Eu, hã... briguei com minha irmã."

"...Não parece que eu possa ajudar."

Aí está uma mulher que desiste rápido.

Eu só comecei, droga...

"Mas termine a história, só no caso de..."

"No caso!..."

"Então, termine a história primeiramente."

"É quase a mesma coisa."

"O negócio com 'primeiramente' é que qualquer coisa que você diga primeira já é 'primeiramente'."

"......Ahh, ok, sim."

Eu jurei nunca falar isto.

Mas, bem, não onde estamos chegando.

"Você sabe, hoje é Dia das Mães."

"Hm? Ah, certamente é." Senjougahara concordou de maneira casual.

Acho que estava me preocupando demais com ela.

O que significa que o resto é — meu problema.

"Então, com qual irmã você brigou? Eu lembro que você tem duas, certo?"

"Sim, então você sabia? Foi mais com a mais velha — mas na verdade, foi, tipo, com as duas. O que quer que seja, onde quer que estejam, quando, por quê e como, elas fazem juntas, perfeitamente sincronizadas."

"Elas são as duas Irmãs do Fogo da Árvore Tsuga, afinal."

"Você até sabe o apelido delas..."

De alguma forma eu não gosto disso.

Embora eu goste menos ainda de minhas irmãs tendo um apelido popular.

"As duas são grudadas em minha mãe também — então ela as trata como gatinhos, animaizinhos de estimação. Então —"

"... Isso já explica."

Com não só a parte besta do filhos mais velho sendo supostamente baboseira abusiva para Senjougahara, mas também um fato não-hiperbólico não-qualquer coisa, eu não pude deixar de admitir.

Sem falar em ser fora-de-lugar.

Eu me sentia realmente desconfortável aqui.

"Então, você tem se aventurado até aqui. Heh. Ainda assim, não entendo. Como isso se tornou em uma luta com suas irmãs?"

"No começo da manhã, estava me esgueirando pra sair, e quando fui preparar a bicicleta, minha irmãs me pegaram. Discussão na certa."

"Uma discussão?"

"Aparentemente ela queriam celebrar o Dias das Mães comigo, mas — bem, olhe, não posso fazer nada, e daí?"

"Você não pode, hã. E daí, hm."

Senjougahara repetiu de forma profunda.

Ou ela queria que eu pensasse de novo.

O quão banais eram meus problemas.

Dado a família pai-e-filha de Senjougahara — provavelmente esse era o caso.

"Frequentemente acontece de uma colegial odiar seu pai — seria a mesma coisa um garoto que não aguenta ficar com sua mãe?"

"Sigh... Não, não que eu não aguente ficar perto dela, nem que eu a odeie, mas é meio, hã, esquisito, bem, elas são as mesmas, na maioria das vezes—"

É isto que ser o irmão mais velho significa.

É por isso que toda vez as coisas terminam do jeito que terminam—

"...Mas hm, Senjougahara. Esse não é o problema. Brigas com irmãs, Dia das Mães e etc não são problemas — não só hoje, acontece todo feriado, de alguma forma. É só que..."

"Só que o quê?"

"Olha. Eu poderia falar várias coisas, como não poder celebrar um único Dia das Mães, ou que eu fico incontrolavelmente bravo com irmãs quatro anos mais novas que eu, todas essas coisas são, bem, coisas que mostram o quão insignificante sou como humano, não importa o quanto isso me tira do sério, não há o que fazer."

"Hm — esse é um problema complexo," diz Senjougahara. "Aonde você vai, seus problemas vão junto. Algo como o problema do ovo e a galinha."

"O ovo veio antes, aliás."

"Ah, sério?"

"Não é complexo, só está em uma escala pequena. Tipo, tenha dó, eu sou um humano patético! Mas, ainda assim, quando eu penso que terei que me desculpar com minhas irmãs mais novas, eu repentina e realmente não me importo em ir para casa. É como se eu pudesse viver nessa praça para sempre."

"Então você realmente não liga em ir pra casa — hm." Senjougahara suspirou. "Lamentavelmente, fazer algo sobre sua insignificância como humano é algo fora das minhas habilidades..."

"..."

Sim, ela falou o óbvio, mas sua ida direto ao ponto e sua voz de desapontamento me fizeram me sentir ainda mais pra baixo. Bem, não é tão profundo ao ponto de estar realmente pra baixo, mas a porção quase inexistente de profundidade no que sentia já era ruim por si só.

"Ou, 'Eu sou tão entediante'. Se é pra me preocupar, queria me preocupar com a paz mundial, ou com como deixar todo mundo feliz. Mas aqui está, minha preocupação, minúscula assim. Isso — é o que odeio."

"Minúsucla—"

"Ou você poderia chamar de 'pobre'. É como se, hm, pegar um biscoito da sorte e tirar 'pequena boa sorte' toda vez, este tipo de pobreza."

"Você não deve negar seu próprio charme, Araragi-kun."

"Meu o quê? Você quer dizer que meu charme é tirar 'pequena boa sorte' toda vez?"

"Estou brincando. E sua pobreza não é como a de tirar 'pequena boa sorte' toda vez."

"Deixe-me adivinhar, você vai me falar que é como a de tirar 'grande má sorte'."

"Ah, não. Isso seria algo horrível...mente excelente. A pobreza do Araragi-kun é igual..." Senjougahara segurou uma pausa para adicionar peso ao que ela iria dizer, e então continuou. "...Quando você tira 'grande sorte', mas lê o pequeno texto e descobre que o conteúdo não são tão da sorte assim. É mais assim mesmo."

Eu mastiguei e ponderei a ideia minuciosamente.

"Pobre pra caramba!" Eu gritei.

Eu nem mesmo ouvi falar de alguém tão pobre... Ao que posso dizer, ela construiu essa muito bem... Uma coisa atrás da outra — ou melhor, um revidar após o outro, essa mulher está cada vez mais sinistra.

"Mas tirando a parte da sua mãe, a briga com sua irmãs parece bem pequena. Porém, Araragi-kun, você deveria amar e mimar suas irmãzinhas."

"É briga toda hora."

Até entre aquelas — a de hoje poderia entrar.

Mas a de hoje não foi comum.

"Então, não importa como veja, elas são horrendas, perturbadoras irmãzinhas?"

"Minhas irmãs não são perturbadoras!"

"Ou poderia ser o oposto do amor. Você, Araragi-kun, está surpreendentemente a fim de suas irmãs, presumo eu."

"Não. Amor pelas irmãzinhas é uma fantasia daqueles que não têm uma. Isso é completamente impossível na vida real."

"Ah! Você, que as tem, soa tão superior a aqueles que não tem. Uma atitude que não me agrada, Araragi-kun."

"..."

O que ela quer dizer?...

"Pessoas que falam coisas como, 'Dinheiro não é um problema~', ou, 'Queria não ter uma namorada~', ou, 'Sua histórico acadêmico não importa~'... essas pessoas arrogantes. Ugh."

"Irmãs mais novas não se encaixam nessas coisas..."

"Hm. Você não sente nada além de amor de um irmão por elas. Você não se apaixonaria por suas irmãzinhas."

"Quem se apaixonaria?"

"Sim. Você parece do tipo sororato."

Soro rato?

Não, não acho que seja isso.

"Estou falando do casamento sororato. O oposto do casamento leviato, que diz, se sua mulher morrer, você tem que se casar com a irmã dela."

"... Uma erudita como sempre, você continua ganhando minha admiração, exceto que por quê eu sou esse sororato ou o que for?"

"No seu caso, você fazer a filha de uma mulher que não é de seu parentesco te chamar de 'Oniichan', e então se casar com ela... então ela ficará te chamando de 'Oniichan' até mesmo depois do casamento, o que é o real, verdadeiro significado—"

"Isso faz parecer que eu matei minha primeira esposa!"

A parte cômica do "homem hétero" não foi originalmente dada a mim, mas a frase de Senjougahara me fez reagir antes que ela pudesse terminar.

"Então, sororate Araragi-kun—"

"Por favor, eu imploro, me chame só de amante-de-irmãs!"

"Bem, você disse que não se apaixonaria por sua própria irmã."

"Mas não me apaixonaria pela minha irmã-na-lei[4], também!"

"Então, você se apaixonaria por sua amante-na-lei[5]."

"Eu só disse... O quê? Que lei trata de amantes?"

O que foi isso?

Não, chamando um casal "-na-lei" faria, pensando bem, se encaixar, já que "-na-lei" dá um sentido de dever, obrigação; mas do que são chamados os amantes, então?... E nós saímos tanto do assunto...

"Você é minúsculo sem sombra de dúvida, ficando estupefato com uma investida de nível iniciante."

"O que você falou não é de nível iniciante."

"Eu só estava te testando."

"Me testando para quê... ou, quer dizer que você esteve brincando esse tempo todo!?"

"Se eu estivesse séria, eu teria me transformado."

"Transformado!? Caramba, eu quero ver isso!"

Não, nem mesmo eu tenho certeza se quero...

Senjougahara suspirou, parecendo pensativa.

"Você reage exageradamente demais, mas ainda é minúsuculo como humano... E se isso tiver algo a ver com karma? Mas, por mais pobre o humano que você seja, eu não lhe varrerei para longe. Estarei aqui pela sua pobreza humana."

"Esse foi outro termo esquisito."

"Estarei aqui não importa o quê. Desde os picos do oeste até os mares do leste, serei teu alivio no inferno se assim desejar."

"...Certo, sabe, você soa até legal dizendo frases assim, só..."

"Então, tirando coisas como seu tamanho humano, tem algo te atormentando?"

"..."

E se ela me odeia?

E se eu estiver sendo seriamente intimidado agora?

Queria que isto fosse só um complexo de perseguição...

"Ainda assim nada vem à mente..."

"Nada que quer e nada que você esteja tendo problemas — hmm..."

"Com quais insultos serei banhado desta vez?"

"Você é um cara grande, isso é ótimo."

"Esse foi um elogio forçado, não."

"Você é exorbitantemente granfe, Araragi-kun."

"Sem elogios forç... Hã, como assim? Eggs or beat antler[6]?"

"É uma hipérbole para 'grande'. Não sabia?"

"Não... E por quê você está trazendo palavras cultas assim só pra me elogiar, o que você está tramando?"

E ela me disse que eu era um cara grande, de tanta coisa pra falar... E acabamos de falar sobre como sou um pobre humano.

"Nada, eu só pensei que você poderia desejar por uma semana sem insultos, então só pensei em praticar adiantadamente."

"Eu não acho que conseguiria, de qualquer forma."

Isso seria como te pedir para não respirar, para fazer seu coração parar de bater.

E se supormos que ela parará com os insultos por uma semana, não seria mais a Senjougahara que conheço, e não seria divertido pra mim também — pera, por quê parece que estou me tornando incapaz de me separar do veneno da Senjougahara agora?

Essa foi por pouco...

"Ok, ok... A propósito, é incrível como você ficou instantaneamente sem ideias depois de excluir os desejos de cunho sexual."

"Isso é verdade, exceto que eu não tinha ideias mesmo antes dessa restrição."

"Pois bem, Araragi-kun. Digamos que elas podem ser um pouquinho sexuais. Pelo nome de Senjougahara Hitagi, eu aceitarei libertar tal desejo."

"..."

Deveria eu fazer alguma coisa?

Ahh, hiper auto-percepção a essa hora... Isso é agitante.

"Tem certeza que não tem nada? Como te ajudar a estudar."

"Eu já desisti à essa hora. Enquanto eu me formar é o suficiente"

"Então, você quer se formar?"

"Estou certo que posso fazer isso normalmente!!"

"Então, você quer fazer isso normalmente?"

"Você só está perguntando."

"Então, vejamos—"

Senjougahara faz uma pausa significante, e então escolhendo um momento oportuno, diz:

"Você quer uma mulher?"

"..."

Isto é ainda—hiper auto-percepção?

Essa deve ter sido profunda.

"E se eu disser 'sim'?.. O que aconteceria?"

"Você conseguiria uma namorada," diz Senjougahara com sua cara de blefe. "Só isso."

"..."

É...

Embora, pensando de forma mais profunda, faz sentido.

Mas que raios de situação é essa? Independente do que eu escolha, ou progrida, fazer uma pessoa realizar esse pedido por obrigação não é certo. Não de foma ética ou moral, é que simplesmente não parece certo.

Porém, amantes-na-lei é o que não somos, também.

De alguma forma eu senti que entendi o que o Oshino disse uma vez.

Salve a si mesmo...

Do ponto de vista de Oshino, o que eu fiz — tanto pela Senjougahara como pela representante de classe, ou por aquela mulher das férias de verão... aquela vampira — podia parecer bonito mas não era certo.

Pois o problema da Senjougahara foi resolvido por ninguém mais que a Senjougahara, seu próprios sinceros sentimentos.

Nesse sentido — realmente não seria bonito.

Em quem quer que eu busque apoio.

"Não, nada assim, mesmo."

"Hmm. Certo."

Se teve um significado mais profundo ou não, e se teve, qual tipo de significado foi, tudo se tornou obscuro — pois essas foram as palavras da Senjougahara, se comportando como se nada tivesse acontecido.

"Certo, me compre um suco ou algo dessa vez. Então ficaremos quites."

"Oh. Altruísta, somos nós."

Você é realmente um homem grande, Senjougahara adiciona de for conclusiva.

Mostrando sua vontade de terminar o assunto ali.

Assim.

Virei minha cabeça pra frente. Senti que passei um bom tempo olhando pro rosta da Senjougahara, então foi intencional. Ou talvez eu estava desviando o olhar por desconforto, então olhei para frente — onde.

Onde, uma garota estava.

Uma garota carregando uma grande mochila.


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Referências[edit]

  1. Bicicleta usada frequentemente para atividades fora da estrada
  2. Improvisação
  3. Quando duas ou mais pessoas se juntam para, em conjunto, terem ideias melhores do que teriam sozinhas
  4. sister-in-law, que significa cunhada em português.
  5. lover-in-law, sem tradução para o português, e nem mesmo é um termo usado em inglês, mas sim uma brincadeira de palavras com o termo sister-in-law feita por Senjougahara
  6. Pronúncia para exorbitantly (exorbitantemente).