Koyomimonogatari ~Brazilian Portuguese~/Koyomi Morto/003
003[edit]
Vamos voltar.
Vamos voltar no tempo — e subir na estrada da montanha.
No dia do exame para a primeira-escolha da minha escola, 13 de Março, cedo de manhã, eu tinha subido a escadaria da montanha que levava ao Templo da Cobra Branca do Norte que estava no pico — já tinha se tornado um hábito que tinha ocorrido por um mês.
Um hábito.
No caso em que você o fazia todos os dias, você poderia dizer que era uma rotina diária.
Bem, já que eu ia caminhar, ou correr pela trilha, todos os dias, era algo bom para a minha saúde — mas para prontamente seguir minha rotina sem nem mesmo pensar nisso num dia importante que poderia influenciar o resto da minha vida, eu poderia realmente ser uma pessoa bem diligente.
Ser diligente não era necessariamente uma virtude, no entanto, e nesse caso, eu podia simplesmente ser arrastado por não saber quando desistir...
Você poderia quase chamar isso de um hábito ruim — talvez até mesmo um vício.
Em qualquer caso, Hanekawa Tsubasa, cuja diligência era bem mais forte do que a minha, já tinha me dito que não havia mais sentido em fazer uma busca no Templo da Cobra Branca do Norte, e se eu estivesse indo procurar, então eu deveria procurar em algum outro lugar — e a Ononoki-chan não parecia sequer estar preocupada desde o início, mas me recusei a desistir... Eu tinha acabado fazendo visitas diárias ao Templo da Cobra Branca do Norte.
Embora não houvesse mais nenhum deus.
Claro, não havia nenhuma garota do fundamental aqui.
E — não havia nenhuma especialista aqui, no terreno.
“... Bem, imagino que seja natural pra um vampiro não saber quando desistir —“
Eles são imortais, afinal de contas.
Embora no meu caso, em vez de ser imortal, eu estivesse apenas no nível de não ser refletido em espelhos — era uma qualidade de um morto-vivo que era completamente inútil, ou melhor, um incômodo completo.
Mas de qualquer maneira.
Kagenui Yozuru tinha desaparecido do Templo da Cobra Branca do Norte — ela tinha desaparecido sem nenhuma palavra de despedida, e desde então, quase um mês tinha se passado.
Sem qualquer coisa acontecer.
Sem ocorrências — um mês estava prestes a passar.
Se fosse assim, então — seria certo pensar que, como o Oshino, a Kagenui-san tinha simplesmente resolvido seu negócio nesta cidade e se deixado levar pelo vento, sem ter uma casa permanente em primeiro lugar, mas esse não era o caso.
Esse não poderia ser o caso.
Porque, diferente do Oshino, a Kagenui-san não tinha feito nada do que ela tinha que fazer — e embora dizer que ela não tivesse feito isso fosse baseado na minha própria perspectiva limitada, e que ela tivesse realmente feito isso e terminado com isso... Mesmo que ela tivesse conseguido derrubar algum mal maior naquela única noite.
Não havia chances daquela Kagenui-san — a onmyouji, Kagenui Yozuru.
Ter saído sem levar sua shikigami, Ononoki Yotsugi.
“Bem, ela fez isso antes, sabia? A onee-chan é bem maleável quando a questão é essa. Houve vezes em que ela me deixou no fundo de algum vale no meio do nada e se esqueceu de voltar.”
... Não.
Mesmo que a própria Ononoki-chan tenha dito isso... Mesmo a situação que a levara a esquecê-la no fundo de um vale era completamente misteriosa.
“Bem, me deixar no fundo de um vale é diferente de me deixar na casa do oni-i-chan.”
Era um pouco inesperado ouvir que a minha casa era uma zona mais perigosa que o fundo de um vale, mas em qualquer caso, até mesmo a Ononoki-chan pelo menos pensava que havia um problema.
Embora ela não estivesse particularmente preocupada.
Certamente — era natural que, do ponto de vista da Ononoki-chan, ela não era importante o suficiente para se preocupar com a Kagenui-san.
Afinal de contas, ela era uma pessoa mais assustadora que o Oshino e o Kaiki — era possível que ela fosse a única pessoa no mundo que poderia resolver qualquer coisa com violência.
Por que alguém como eu estava preocupado com alguém como ela? Por que eu estava preocupado com ela? Poderia ser apenas um capricho seu — ou no máximo, ela tinha deixado o templo para evitar nossos planos de se encontrar.
... A ponto de que ela não retornaria.
Desde um mês atrás, eu tinha me dito que era isso que isso significava, mas mesmo assim, eu tinha, contra o meu melhor julgamento, sem desistir, desonradamente — ido ao templo dia após dia.
Quase como se eu estivesse tentando completar uma adoração de cem dias.
“Desonradamente não é nem mesmo uma palavra, né...”
Isso não era bom.
Mesmo que eu tivesse um exame hoje, eu estava perdendo a confidência em mim mesmo — bem, a qualquer custo, Senjougahara, que já tinha sido aceita por recomendação, iria me escoltar até a universidade, então eu tinha que sair dessa montanha antes da hora do nosso encontro.
... Para ela pensar que precisaria me escoltar até a universidade, ela não estava me dando muito crédito, mas a Senjougahara tinha dito,
“Como um cão que corre pode se chocar contra um poste, se o Araragi-kun caminhar em um caminho, ele encontrará uma esquisitice.”
Então era esse o caso.
Bem, era um provérbio sábio.
Minha namorada observou todos os pontos que precisavam ser observados — ela estava assistindo quando quer que eu a esperasse que assistisse.
“Você já está na linha para o sucesso em termos de notas, Araragi-kun, então contanto que você consiga evitar quaisquer problemas que lhe segure de fazer o exame em si, então a vida no campus já está aqui.”
Foi o que ela disse.
Eu não sei no quanto eu poderia acreditar nela quando ela disse que eu já estava na linha para o sucesso, mas eu tinha tido o bastante na minha vida em que eu de alguma forma perder o exame era mais preocupante que o exame em si.
Bem.
Para subir uma montanha no dia de um exame assim, eu certamente tinha tido o bastante —
“... Mas, depois do exame, é a cerimônia de graduação, huh. Imagino como será.”
Enquanto eu subia os degraus que não colocava muita tensão nas minhas pernas já que eu tinha me acostumado a eles, eu murmurei a mim mesmo. Claro, a Shinobu estava na minha sombra, mas parecia que ela tinha ido dormir mais cedo, então não houve nenhuma resposta — já que eu estava junto com a Shinobu dia e noite, o que quer que eu dissesse não era mesmo um ‘conversar consigo mesmo’, falando estritamente, mas se ela não estava ouvindo, então posso chamar disso mesmo.
Imagino como será.
Isso não tinha exatamente uma nuance de uma perspectiva otimista do futuro — se eu tivesse que dizer, então seria mais uma nuance de um tipo de desespero quanto a se eu ia ou não ser capaz de viver uma vida apropriada no campus.
Junto com uma esquisitice, e até mesmo me transformando numa esquisitice eu mesmo, seria eu capaz de levar um estilo de vida adequado? — puxa vida. Embora não era como se eu tivesse a intenção de depender dela, já que a Kagenui-san tinha desaparecido, eu tinha me tornado um pouco desencorajado em relação a isso — eu tinha me sentido realmente apoiado no fato de que eu poderia ir até ela para um conselho quando percebi que estava me transformando em uma esquisitice.
Mas esse apoio tinha completamente caído.
Esse poderia ser o real motivo pelo qual eu estava visitando o templo numa base diária — fingindo estar preocupado com a Kagenui-san, e tendo pena de mim mesmo no processo.
Não era como se a Kagenui-san tivesse feito alguma coisa em particular para me ajudar com o problema do meu corpo... Mas sua atitude atípica, exageradamente confidente e descarada me fazia ficar aliviado só por estar próximo a ela — ela era uma verdadeira advogada da justiça, inabalável.
Karen tinha se encontrado com ela uma vez antes também — embora isso não fosse tudo.
Mesmo que ela tivesse alguma restrição estranha baseada em alguma maldição que a restringia de tocar o chão — o fato de que ela era ainda capaz de tranquilamente levar sua vida apesar disso agia como o ponteiro de uma bússola para mim, e se essa ‘bússola’ tinha sido de alguma forma ameaçada — era somente natural para eu estar assustado também.
“Mas... É difícil assumir que houve alguém ou algo que poderia ameaçar a Kagenui-san, em primeiro lugar... Mesmo que houvesse algo assim, por qual motivo seria? Poderia ser relacionado à série de eventos que estão ocorrendo recentemente...?”
......
A série de eventos que estão ocorrendo — eu não estava certo se essa era a maneira correta de descrever isso no momento presente. Pode não estar ‘ocorrendo’, no tempo presente — era possível que eu pudesse dizer ‘ocorreu’, no tempo passado.
Pelo menos, no mês após a Kagenui-san ter desaparecido, nada tinha acontecido nesta cidade — nem uma única coisa misteriosa tinha ocorrido.
Um mês estava prestes a passar sem ocorrências, sem qualquer coisa acontecendo — essa não era somente uma frase, mas a verdade de fato.
Sem quaisquer esquisitices.
Nem mesmo a ‘escuridão’.
Nenhuma lenda urbana.
Nenhuma fofoca das ruas.
Nenhum rumor ocioso.
E naturalmente, nenhuma história de fantasma escolar — nada.
Nem mesmo as coisas misteriosas, coisas peculiares, coisas estranhas que o Oshino teria colecionado se ele estivesse aqui — nada do tipo.
Como se tudo tivesse acabado.
Era como se tudo tivesse acabado.
“Embora se eu tivesse que dizer, ainda resta a pergunta do por quê a Kagenui-san desapareceu —“
E então.
Enquanto eu chegava ao topo da escada e passava por debaixo do portão do Templo da Cobra Branca do Norte — eu a vi.
No meio do terreno.
No centro exato da estrada do tempo — o lugar em que o deus viajou, eu vi uma única mulher de pé, sem particularmente se importar ou ligar.
Ela estava trajando roupas folgadas.
Seu boné estava vestido profundamente — e sua idade não podia ser identificada somente por olhá-la.
“...... Gaen-san.”
Um mês em que nada tinha ocorrido.
As visitas diárias que tinham se tornado uma rotina.
Contudo, parecia que minha adoração de cem dias que poderia ser pensada como fútil era, na realidade, nem um pouco fútil.
Algo estava prestes a acontecer.
Algo conclusivo — não.
Era possível, talvez, que algo estivesse prestes a acabar.
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