Mimizuku to Yoru no Ou: Capítulo 3

From Baka-Tsuki
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Capítulo 3 - Flores do Purgatório[edit]

Se alguém desse um pequeno empurrão em uma porta de uma mansão acabada, ela rangeria e trazia até a porta quem estivesse dentro.

Eras uma mansão incrívelmente grande. A claraboia[1] estava fechada, deixando o resto da área coberta de escuridão. O quarto tinha cheiro de árvores velhas e secas.

Mimizuku deu uma volta, olhando o ambiente, e então começou a subir as escadas rangentes.

Ela passava seus dedos no corrimão e no escuro mas não sentiu nenhuma sensação de poeira, apesar deles parecerem velhos o suficiente para estarem completamente podres.

Ela chegou até o topo. No fim de uma longa entrada estava uma porta que estava meio aberta. Uma luz clara vazava da abertura. Como se fosse puxada, Mimizuku aproximou-se da porta e a abriu.

"Waah..."

A respiração de Mimizuku foi roubada que pelo o que ela viu.

Uma janela enorme se esparramou sobre ela.

A iluminação nesse quarto estava completamente desequilibrada com o resto da Floresta da Noite.

A luz batina na parede, que mostrava um desenho enorme. Baseado principalmente em verde e azul, era uma imagem da Floresta da Noite. Era completamente irrealista, no entanto em apenas um olhar permitia perceber como uma obra prima. De algum jeito, de algum jeito, aquela imagem enorme era bonita.

É isso.

Como se ela tivesse recebido uma revelação divina, Mimizuku entendeu de repente.

Isso era o quão longe Fukurou podia ver.

Que bonito. Que majestoso, uma infinita quietude, Não importa onde você olhasse, o mundo que Fukurou podia ver era bonito. Não era a primeira vez que Mimizuku tinha visto uma obra prima. Antes, quando Mimizuku ainda estava na "vila", havia uma obra prima junto com os objetos roubados pelos moradores. A "vila" era uma vila de ladrões.

No entanto, esse quadro era diferente dos outros, como se definitivamente fosse mais bonito. Qualquer que seja os materiais usados, eles tinham um estranho brilho sobre eles. Eles fizeram parecer que a imagem estava viva.

Mimizuku estendeu sua mão sem pensar.

Pouco antes de seus dedos entrarem em contato com a superfície da imagem.

"Não encoste nisso."

As palavras pareciam cortar o corpo de Mimizuku como uma lâmina. Seus ombros arrepiaram, e ela se virou. Fukurou esatava diante dela.

"Ah..."

"O que você está fazendo?"

Ele não fez esforço para ocultar sua raiva.

A coluna de Mimizuku tremia contra sua vontade. Era um medo instintivo, algo que ela sabia desde de antes de nascer.

No entanto, Mimizuku consideou isso insignificante. Ela já não estava com medo de nada.

"O quadro, ele é lindo." Disse ela simplesmente. Mesmo que o Fukurou estivesse bravo, isso não importava.

Afinal de contas, se ele a matasse e a comesse, estaria tudo bem.

Fukurou deu um passo na direção de Mimizuku, sem fazer um som ele moveu seu pé. Então, ele estendeu seu braço como se fosse pegar a cabeça de Mimizuku.

Se eu morrer, eu espero que não haja mais nenhum sinal de mim.

Mimizuku fechou seus olhos. Como se múltiplas lanternas giratórias parassem de se mover de repente. Mimizuku caiu em uma escuridão completa, e sua consciencia escorregou quietamente.


Seu corpo estava pesado e desconfortável, Mimizuku ergueu suas pálpebras. Ela acordou porque estava se sentindo pesada, ou ela está se sentindo pesada porque acabou de acordar? Quando ela abriu os olhos, Kuro estava olhando para ela, sua altura parecia ser maior por causa da proximidade. Seus olhos se encontraram com os de Kuro, que parecia estar perto para abraçá-la. Atrás dele o mesmo verde alastrante da floresta. A mansão de Fukurou já não estava mais lá.

"Você está acordada, Mimizuku?"

"Kuro?"

Mimizuku estendeu seus braços, acariciando de lado a suave pele de Kuro.

"Mimizuku ainda... está viva?"

"Estou certa, não?"

"Ele ainda não te comeu?"

"...É o que parece."

Mimizuku mordeu sua língua. Não conseguiu de novo. Ela estava cheia de pensamentos de arrependimento e desesperança. No entanto, isso não era tudo que ela sentia.

Ela levantou o corpo e sentou.

"Kuro, eu vi o desenho do Fukurou."

"É mesmo?"

"Era tão bonito."

"É mesmo."

Isso mesmo, era bonito. Era impensávelmente bonito.

"Sobre o quadro do rei... A coisa mais bonita e verdadeira é quando ele pinta com vermelho." disse Kuro, demonstrando um raro momento de hesitação.

"Vermelho? Mas não tinha nenhum. Não tinha vermelho no quadro."

Mimizuku lembrava do desenho claramente. Estava cheio de lindos azuis e verdes. Como se fosse uma floresta que vai se transformando cada vez mais. Mas e o pôr-do-sol? pensou Mimizuku.

Kuro balançou a cabeça.

"Sim... Vermelho não pode ser obtido na floresta. As tintas usadas pelo Rei da Noite são de um tipo especial, cheias de poder mágico. É por isso que elas são tão lindas, por causa desse poder."

Kuro começou a falar como se estivesse cantando.

"No entanto, é difícil para os Ieris obterem o ingrediente para o vermelho."

"Difícil? Por quê?" Perguntou Mimizuku, despertando seu interesse.

"Mimizuku. Você conhece as flores chamadas de Renka?"

"Renka?"

"Elas são chamadas de flores do purgatório, uma espécie que cresce no profundo, profundamente nessa floresta. Elas têm a cor de carmesim como sangue. Suas raízes são extraordinárias, e podem virar tinta vermelha.

"Se eles estão floresta, por que você não vai pegá-los?" Perguntou Mimizuku, inclinando sua cabeça para o lado.

"Porque para os Ieris, seu pólen é um veneno forte."

"Veneno?"

"Sim, veneno. Assim, os Ieris não podem aproximar-se do habitat deles. Os humanos da cidade vendem para os Ieris. No entanto, uma reviravolta da ironia, humanos não podem entrar na floresta por causa dos Ieris."

Mimizuku refletiu sobre essas palavras, e depois de um momento de consideração, ela se levantou e pulou em direção ao Kuro.

"Kuro, eu vou! Eu vou pegá-los!"

Parecia que o Fukurou queria as flores do purgatório, mesmo não sendo capaz de pegá-las. Mas Mimizuku não era um monstro, então ela podia pegar as flores.

Ela podia fazer algo, Sabendo disso, seu coração saltou.

"Eu vou conseguir a Renka!"

Ouvindo isso, Kuro recuou rapidamente. Foi uma daquelas coisas que os humanos dizem que aumenta as rugas entre as sobrancelhas.

"Mas Mimizuku. O habitat da Renka é um lugar difícil para os humanos chegarem."

"Sim, está certo. Só me diga onde elas estão."

Mimizuku já estava pronta para sair. Ela deu alguns pequenos socos, como se fosse extrair informação dele.

Ela podia fazer alguma coisa, algo pra o lindo Rei da Noite.

Ela nunca quis fazer algo para ninguém antes. Apesar desta, ela sentiu-se preparada para fazer qualquer coisa pelo Fukurou.


Mimizuku limpou o suor com o dorso de sua mão.

"Ngh..."

Alcançando com seus finos e balançantes braços, Mimizuku segurou-se em uma rocha em cima de sua cabeça. De acordo com Kuro, logo após esse pequeno penhasco era onde a Renka crescia. Kuro disse a ela que seus finos braços seriam insuficientes para escalar o penhasco, mas Mimizuku não escutou. Ela já havia corrido para longe de Kuro, e chegado sozinha na caverna onde a Renka se encontra.

Ela colocou toda sua força na ponta dos dedos. Sua unha começou a sair de seu dedo, e começou a sangrar.

Mesmo assim, seu fino e leve corpo estava feliz. Olhando algo no formato de plantas além do penhasco, ela segurou-se na rocha e se jogou na caverna.

Mimizuku levou um tempo para recuperar sua respiração, e então continuou para diante da caverna.

No fim da caverna havia uma grande e aberta área onde as flores do purgatório cresciam.

As luzes eram filtradas pelas rachaduras do teto da caverna. No entanto, mesmo na completa escuridão, sua beleza não tinha erro.

O rosto de Mimizuku brilhava levemente. Ela ajoelhou-se nas raízes das flores.

"Está tudo bem, Mimizuku?" perguntou Kuro reservadamente, como se ele tivesse deixado algumas palavras na boca.

"Está tudo bem, Mimizuku? As flores do purgatório são as flores de sangue. Elas murcham facilmente, e também perdem a cor facilmente. Você deve tirá-las pela raíz primeiro, ou então elas irão murcham e apodrecer imediatamente..."

Mimizuku pegou um galho de árvore por perto e começou a cavar o chão.

"Somente um toco deve ser o suficiente," disse Kuro. "Somente isso vai fazer. um vermelho forte."

Cavando a terra seca, as raízes da Renka começaram a aparecer, Mimizuku puxou a fina e dura folha da Renka que já estava perto.

"Essa é a parte mais importante."

Ela pegou o final da folha com uma mão e a base da folha com a outra.

"...Ngh."

Respirando fundo, Mimizuku extraiu a folha da outra mão em uma puxada.

Ela ouviu alguma coisa cortar a pele de sua mão. Era um leve som de palha, mas ela estava provavelmente imaginando coisas.

A folha cortou a mão de Mimizuku. Sangue vermelho começou a sair e gotejar no chão. Mimizuku colocou sua unha dentro do corte, aumentando o machucado. Ela começou a suar, e não era de fadiga. Sua mão ficou enrugada.

Então ela removeu a sujeira da Renka e pegou suas raízes brancas com sua mão cheia de sangue.

"Essa é a parte mais importante. Para prevenir de murchar no caminho, você vai precisar de um profundo sangue vermelho. Mimizuku, você deve-se cortar e deixar a Renka absorver o seu sangue. Você pode fazer isso?" perguntou Kuro.

"É claro!" respondeu Mimizuku.

"Ehehe!"

Sugando o sangue da mão de Mimizuku, a flor parecia mais vermelha e mais cheia de vida. Vendo isso, Mimizuku ficou feliz e segurou a Renka com cuidado. Kuro disse que somente as raízes estava bom, mas a flor inteira parecia muito mais bonita.

"Você não vai levar uma faca?" perguntou Kuro antes de Mimizuku partir. Esse é provavelmente o melhor jeito para esta tarefa. No entanto, Mimizuku sacudiu a cabeça.

"Eu odeio facas."

Dando um pequeno e curto suspiro, Mimizuku se levantou. Ela quase tropeçou, mas ela percebeu que ela estaria bem desde que ela tivesse a Renka. Sua cabeça estava mais confortável do que quando ela havia saído.

Ela desceu cuidadosamente o penhasco. Era muito mais difícil dessa vez, pois só tinha uma mão livre.

Sua atenção estava completamente na Renka, e quando ela desceu, a rocha debaixo de seu pé cedeu.

"Hyaah!"

Ela caiu até o chão. Ou pensou que tinha, mas em vez disso, ela ouviu um profundo ruído.

"Gyah!"

Sentindo uma dor cortante em seus pulsos e nos ombros. Ela gritou. Ela sentiu seu pé flutuando no ar. Antes de cair, segurou-se em um galho e ficou balançando pelas correntes presas em seus braços. A dor parecia ser muito grande para ela sentir.

No entanto, Mimizuku rangiu seus dentes e recuperou suas forças para uma entrega importante. O sangue de suas mãos escorria em seu braço pela pele cheia de machucados.

Mimizuku continuou a ignorar a dor. Ela balançou seus pés, procurando um lugar pra fixá-lo e se localizar aos arredores.

Ela achou um lugar para pisar e afrouxou a corrente do galho. Quando ela olhou para seus pulsos, eles estavam completamentes vermelhos de sangue.

"...Heheh."

Ela riu despreocupada. Eu suponho que desde que eu consiga descer esse penhasco...

Ela começou a voltar pelo caminho que ela subiu, mas de repente veio uma sensação misteriosa.

Estranho...

Ela caminhou sobre os galhos e a grama.

Tudo para entregar a flor para o Fukurou.

Sinto como se... Eu quisesse viver...

Ela passou por um bosque onde os raios de sol não conseguiam penetrar, e saiu perto de um pequeno rio. No entanto, ela parou de andar de repente.

Huh...?"

Escondendo-se nas sombras das árvores em volta do rio, ela viu uma sombra. Não parecia ser um monstro para Mimizuku.

Um humano.

Não havia dúvidas. Embora não tivesse nenhum outro monstro em forma de humano na floresta tirando o Rei da Noite, na frente de Mimizuku estava com certeza na forma de um humano.

Mimizuku se aproximou. Era um homem baixo e gordo com cabelo branco. Ele tinha um arco em suas costas e estava observando um mapa com uma cara de medo.

"Ei, o que você está fazendo?" Chamou Mimizuku. O homem parou quase pulando além das árvores.

"U-uwaaaah! E-Eu estou perdido! Eu imploro, acredite em mim! Por favor me ajude...!!" disse ele, agachado em pânico.

Mimizuku o encarou sem sentido nenhum. Ela chamou ele de novo.

"Ei! Você está bem?" Disse ela normalmente. O homem timidamente ergueu sua cabeça.

"Uma ga-... Garota...?"

O homem piscou várias vezes e olhou para Mimizuku. Mimizuku revelou-se.

"Está perdido, vovô? Se você seguir esse rio, você não encontrará nennum monstro essa hora do dia. Mas você quer sair, certo? Hm... espere um segundo, OK?"

Ela pensou por um momento, e então tirou um estame da Renka. Ela tinha que segurar a flor até entregá-la para o Fukurou, mas mesmo se ela levasse a flor, espalharia o pólen. Ela não queria que o Fukurou ficasse doente.

"Tudo bem, pegue isso!"

Ela pegou a mão do homem. Havia um pouco de sangue na mão livre, mas o homem aceitou gentilmente, apesar de evidentemente com um olhar confuso no sangue de Mimizuku e na sua aparência desarrumada.

"Isso manterá os montros longe, desde que você segure, você ficará bem. Apenas tenha certeza de sair antes que seque e mude de cor! Bem então, faça seu melhor!" Disse Mimizuku.

"E... você?" perguntou o velho, confuso.

"Hm? Eu sou Mimizuku!" Respondeu, mal entendendo a pergunta do homem.

O homem balançou a cabeça.

"Não foi isso que eu quis dizer. Não vai vir comigo? Você não pode ficar aí sozinha, pode?" O homem olhou a Mimizuku de cima para baixo, parecendo ter dó dela. Mimizuku não entendeu o que aquele olhar significava.

"Eu?" Ela respondeu. Ela piscou várias vezes, e então riu. "Eu não posso ir! Eu tenho que entregar essa flor para o Fukurou. Bem então, até mais!"

Dizendo aquelas palavras ela lembrou do seu objetivo. Mimizuku se virou, sem prestar nenhuma atenção no velho.

Cheia de energia, Mimizuku voltou à floresta.

Ela eventualmente encolhia virando um pequeno ponto. O velho desprezou a flor cheia de sangue em sua mão. Ele insistiu em seguir Mimizuku, mas desistiu e seguiu o caminho que Mimizuku explicou.

"Eu tenho que contar para ele... Eu tenho que contar ao Cavaleiro Santo." Ele murmurou.


Enquanto ela estava correndo em direção à mansão, Mimizuku parou de repente. Uma figura ensombrada com asas bem escuras estava de pé, de frente ao lago. Mimizuku sacudiu sua cabeça várias vezes, para ter certeza que ela não estava simplesmente vendo coisas.

"Fukurou!!" Ela o chamou em voz alta. A sombra com asas pretas virou-se lentamente.

Ela correu em sua direção. No entanto, ela não podia chegar perto o suficiente para estender sua mão e tocá-lo. O ar em volta de Fukurou a impediu.

"Fukurou! Eu estou lhe dando isso!"

Ela estendeu suas mãos ensaguentadas. Ela estendeu a Renka para o Fukurou.

Fukurou olhou para a flor carmesim com seus olhos de lua.

Na sujeira de Mimizuku, as mãos manchadas de sangue eram sem dúvidas, um carmesim.

Ele finalmente abriu sua boca para falar.

"O que você quer em troca?" Perguntou em voz baixa, em um tom de suspiro fundo.

Os olhos de sanpaku de Mimizuku tornaram se grandes e redondos, como pratos. Ela estava surpresa. Ela não tinha pensado no que pedir.

Em troca... algo que eu quero...

O que eu devo fazer?

Ela podia para ser comida de novo. Kuro disse a ela que era inútil, mas talvez ela podia tentar de novo.

Por qual motivo eu trouxe a flor para ele? Pensou Mimizuku.

Ela estava bem, derramando o próprio sangue e aguentando a dor. E ela pensou que ela não queria morrer, também. Se era para ela entregar a flor em segurança, ela não poderia morrer.

Ela nunca pensou em fazer algo para alguém além dela.

Oh!"

Finalmente pensou em algo que ela poderia pedir, ela sorriu.

"Me elogie."

Qualquer coisa seria bom.

Bem então, elogie-me, Rei da Noite!

Ela nunca pensou em fazer algo para alguém antes. Mas ela pensou em trazer a flor para o Fukurou sozinha. Em sua vida inteira, ela nunca tinha sido elogiada ao fazer algo. Geralmente quando ela terminava um trabalho, brigavam ou batiam nela.

Ela nunca pensou em trabalhar para ser elogiada, mas ela pensou que seria maravilhoso se ela fosse. Ninguém na "vila" lhe deu um elogio. Ela nunca considerou em ganhar um elogio enquanto ela estava na "vila", mas agora, Mimizuku queria ser elogiada por Fukurou.

Fukurou não respondeu. Ele apertou os olhos e pegou a Renka dela.

Sem olhar para ela, ele moveu seus lábios.

Enquanto isso, um agito podia ser sentido no ar. Entre Fukurou e Mimizuku, uma pequena figura apareceu. era o Kuro.

"Meu Lorde."

Kuro agitou-se na cabeça de Mimizuku, e ajoelhou-se de frente a Fukurou. Mesmo em cima da cabeça de Mimizuku, os olhos de Kuro e Fukurou não se cruzaram.

"É o Kuro!" Disse Mimizuku, quebrando o clima.

Mimizuku sentiu Kuro pisando em sua cabeça.

"Que bom que você voltou. Mimizuku." Disse em voz baixa que somente Mimizuku podia ouvir. Com estas palavras, Mimizuku ficou incrívelmente feliz, e começou a rir descuidadosamente.

Fukurou virou-se para o Kuro.

"Faça a tinta. Prepare o fogo." Ordenou.

Kuro estava prestes a dizer algo quando saiu do peito de Mimizuku.

"Sim, senhor! Eu farei! Eu posso preparar o fogo!" Disse ela em voz alta, seus olhos estavam brilhando. Ela deu um passo em direção ao Fukurou, no entanto ela perdeu suas forças de repente e caiu de joelhos.

"Ah!"

Sem a chance de respirar, ela caiu no chão. Ela não podia estender seus braços a tempo, e caiu de costas pelos ombros, em um plano em suas costas e olhando para cima.

"Uuugh..."

Sua cabeça estava começando a ficar confusa, e sua visão começou a oscilar. A consciência de Mimizuku ia escorregando para a escuridão.

Kuro que estava na cabeça de Mimizuku o tempo todo, bateu suas asas e pousou ao lado de Mimizuku.

"Que tola. É natural já que ela está com perda de sangue."

Kuro começou a puxar a mão esquerda de Mimizuku debaixo dela, mas parou de repente e encarou o seu rei.

"Como você vai querer o fogo, Sua Majestade?"

Fukurou olhou para o seu subordinado e exalou fundo.

"Esqueça." Ele cuspiu. Ele começou a andar sozinho. Kuro continuou a argumentar.

"Rei! Eu planejo em trazer essa criança de volta para você quando ela acordar. Ou se você desejar, eu posso parar sua respiração e matá-la imediatamente!" Berrou Kuro em uma voz quebrada. Fukurou lhe deu um olhada.

"Faça o que quiser." Com um das suas asas batendo, ele desapareceu nas trevas.

Ele virou-se para Mimizuku, e colocou sua mão na mão esquerda ensaguentada.

Ele conjurou uma chama branca azulada.

"Você deveria ter mais cuidado, Mimizuku." Ele suspirou em sua voz quebrada para Mimizuku, que não o ouviu. "Você foi deixada para trás de novo."

As últimas listras de raios de sol finalmente sumiram, e a noite começou a cobrir a floresta de novo.


Uma enorme porta de carvalho dava a impressão que era velha, o sino com uma protuberancia tocava batendo nela.

"Bem vindo!" Disse em voz alta o barista, mais em resposta ao sino do que com o cliente. No entanto quando ela viu quem havia entrado, ela levantou as sobrancelhas.

"Ora ora, você veio hoje de novo, Sr. Cavaleiro!"

"Ei Andy! Que tal o jogo de poker que você me prometeu no outro dia?!"

"Deixando sua esposa brincando sozinha à noite de novo, né!"

"Eu sou queimado pela vida civil, você sabe."

"Ei, ei! Deixe esse tipo de conversa em casa!"

Em um piscar de olhos, o bar estava ao som de risasdas. A atmosfera mudou completamente somente com a entrada daquele homem jovem. Ele recebeu cumprimentos sinceros um por um, e foi até o balcão como sempre e pegou um lugar.

Girando seu corpo gordo, a barista tirou um jóquei.

"O de sempre?"

O jovem sorriu.

"Sim, por favor." Ele afirmou. Um cliente sentou-se ao lado e começou a falar.

"O que há com você Sr. Cavaleiro Santo? Chá de ervas de novo? Esse não é o lugar que crianças e mocinhas vem brincar, você sabe!"

"Sim, sim, eu sei disso."

O Cavaleiro Santo deu um sorriso incomodado enquanto falava com o cliente.

"Minha esposa diz que sou um incômodo quando ela está preparando comida, então ela me deixa gastar o dinheiro aqui!"

"Hahahaha! Parece que você tem uma esposa bem barulhenta!"

O homem bêbado caiu num ataque de risos de repente.

"E a propósito, não é que eu não goste de bebidas alcoólicas. Porém há coisas que são mais interessantes quando você não está bêbado. É por isso que prefiro ir moderadamente com um chá de ervas barato."

"Oh, você sabe que eu não ligo para isso." A barista batia o jóquei cheio de chá de ervas no balcão na frente de Ann Duke.

"Nós só precisamos chamar o Cavaleiro Santo, e nós sempre florescemos! Aqui, as folhas desse chá são vindas especialmente da Gardalsia."

Esse bar era o lugar de pessoas comuns, os donos eram pessoas com parentesco baixo. Enquanto Ann Duke era o único do país que conseguiu o título de "Cavaleiro Santo", em vez de ir aos lugares devidos de sua linhagem, ele ia à lugares onde as pessoas chamavam o de "Sr. Cavaleiro", o qual ele preferia mais do que o título oficial de "Cavaleiro Santo". Alguns anos atrás quando ele era simplesmente "o filho mais novo da família MacValen", ele tirou a espada santa de sua bainha e assim foi escolhido pela espada a ser o Cavaleiro Santo, ele saiu com os antigos amigos que o chamavam de "Andy".

Ann Duke sempre vinha a esse bar, pedia dois chá de ervas e participava das conversas.

Aqui, ele podia ouvir as dissatifações autênticas com o rei, ou soltar um elogio. Ou, ele podia ouvir sobre os agitos e problemas que ocorriam fora do castelo. Como o bar também tinha um hotel, muitos viajantes passavam por lá e serviam de janela para o mundo afora.

Em um lugar como esse, Ann Duke pegava as conversas gerais e sabia do sentimento verdadeiro das pessoas. Ele nunca julgou ninguém que estive bravo com o rei. As palavras de pessoas fora do castelo eram importantes. Afinal, o país é o seu povo.

"A propósito, você ouviu a história, Sr. Cavaleiro?"

Como por exemplo a barista falando histórias e informações assim.

"Que história?"

"Sobre os acontecimentos na escura Floresta da Noite ao sul daqui! É sobre um único rei demônio que mora lá."

Ann Duke levantou as sobrancelhas, pedindo a barista para continuar.

"Do que eu ouvi, parece que um caçador idiota se perdeu na Floresta da Noite vasculhando demais a floresta próxima."

"Você disse que ele se perdeu? E ele voltou vivo?" Perguntou Ann Duke. Havia inúmeros monstros vagando na floresta, e não havia nenhum jeito de um único caçador sair dali vivo.

"Isso mesmo! Ele conseguiu voltar vivo e tal, mas esse caçador, ele disse que foi ajudado por um garotinha na floresta!"

"Uma garota?"

"Sim! Como já dizia, ela era praticamente pele e ossos. ela provavelmente foi capturada pelo rei demônio também, pois parece que ela tinha correntes em volta de seus pulsos e de seus tornozelos, e ela estava numa condição disastrosa."

O interesse de Ann Duke na história estava escrito na sua cara.

"Então o que aconteceu com ela?"

"Ela só ajudou o caçador e desapareceu na floresta! E assim termina a história!"

"E essa história é confiável?" Perguntou Ann Duke.

"Bem," interrompeu o homem ao lado, "o caçador, eles disseram que o momento que ele chegou em casa, foi direto ao templo falar para todo mundo."

Ann Duke franziu a testa. Ele manteve seu indicador em sua língua, indicando que ele estava pensando.

"É um mundo perigoso, não é ? A pobre criança deve estar solitária. E por algemas nela assim, eles devem falar as crianças que o rei demônio vai comê-las se elas não se comportarem, mas esse tipo de coisa de um jeito é bem pior que ser comida. Esse tipo de coisa é tão errado, certo?"

Era fácil ele simpatizar-se, e a barista já tinha lágrimas nos olhos.

"Que estranho..." Murmurou Ann Duke, olhando para a barista.

Se ele realmente correu até o templo como eles estão dizendo, então a probabilidade dessa história ser verdade é bem alta. No entanto o homem ao seu lado não tem relações com o templo. Entre as pessoas como esta, rumores se espalham fácil.

Ele tinha a impressão de que as pessoas podiam estar espalhando a história em outra proporção.

"...Não pode ser, o tanuki[2] branco..."

"Hm? O que tem um tanuki Sr. Cavaleiro?" Perguntou a barista.

Ann Duke sorriu.

"Não se preocupe. Eu só estou pensando em voz alta."

Então ele colocou uma limpa e brilhante moeda no balcão e se levantou.

"O que há de errado? Você ainda não tomou seu segundo copo."

"Sim, eu apenas lembrei de algo que preciso fazer urgentemente."

Ele se virou e olhou para os homens no bar.

"Algum de vocês sabe o nome do caçador que se perdeu na floresta?"

Os homens pararam por um momento e olharam para ele. Depois de um momento, a voz vinda de uma mesa perto da entrada.

"Ele, aquele velho Shiira que mora na borda da cidade, sabe?"

Ann Duke deu um "obrigado" na reação para o homem e foi em direção a entrada.

"Obrigado pela bebida!" Ele disse a barista.

A barista estava com uma cara desconfortável.

"Cavaleiro Santo, você vai fazer o que puder para salvar essa criança?"

Ann Duke não disse nada; ele simplesmente sorriu e balançou a cabeça.

Então, ele saiu do bar, fazendo o mesmo barulho que havia feito quando entrou.


A lua estava linda. Mimizuku suspirava enquanto ia ao lago. Não se sabia aonde estava Fukurou, mas Mimizuku sabia onde ele estava.

Fukurou estava olhando para o lago da mesma árvore da noite passada. Ele provavelmente está olhando para o reflexo da lua de novo, pensou Mimizuku.

Primeiramente Mimizuku olhava para Fukurou casualmente por um tempo, mas entao seus olhos brilharam como se ela tivesse lembrado de alguma coisa, e ela começou a subir a árvore próxima a árvore do Fukurou. O tronco era grosso e desigual, mas o formato era bom, então Mimizuku subiu sem problemas.

Graças a Kuro, ela quase não sentia mais dor na palma da mão esquerda. A pele estava dura, mas não era um problema sério. Mimizuku sentia orgulho da cicatriz em sua mão.

Ela subiu até o topo da árvore e passou para um galho próximo ao de Fukurou.

Suas algemas fizeram barulho todo o caminho, seu som agudo cortava o silêncio da noite.

"... Você não se incomoda com eles?"

De repente uma voz pega Mimizuku desprevenida, fazendo seu pé escorregar. Ela soltou um grito.

Recompondo sua postura depois de um momento, ela sentou no galho. Ela queria estar mais perto de Fukurou. Fukurou não fez um movimento em direção da Mimizuku. Ele ficou sentado olhando a superfície da água o tempo todo.

No entanto, agora, ela ouviu a voz de FUkurou. Não havia dúvidas. Ele tinha iniciado uma conversa com ela.

"É, eu, uh..."

MImizuku estava agitada procurando as palavras certas.

Ele provavelmente estava falando das algemas. Afinal elas são bem barulhentas.

"Bem, eu não odeio elas, eu acho."

Mimizuku segurou suas algemas. Ela soaram como sempre.

"Eu acho que o som de guizo que elas fazem é bonito. Eu acho que eu consigo lidar com isso, então eu não odeio."

Mimizuku tinha as algemas há muito tempo. Eles a colocaram quando ela era mais jovem, e eles não tinham uma chave. Desde então, os ossos em volta das correntes cresceram mais grossos, e ela teve sorte que seus tornozelos e pulsos nunca cresceram maiores. Se eles estivessem, suas mãos e seus pés provavelmente teriam caído.

Fukurou não deu nenhum olhar para Mimizuku.

"Eheheh..."

Mesmo assim, Mimizuku estava feliz, então ela riu.Se ela olhasse para seu rosto de lado, ela acharia que lembraria a de um humano. Ela percebeu que todos os monstros eram parecidos com Kuro.

"Fukurou-" Disse ela, sua voz baixa fez com que parecesse que se misturava como silêncio da noite. "Por que você odeia os humanos?"

Um longo silêncio deu continuidade. Enquanto mexia suas mãos com as correntes, ela esperava a resposta de Fukurou.

"Porque eles são feios."

Sua resposta foi súbita, e atada com seu sacarmo de sempre. Sua voz profunda ecoava nos ouvidos de Mimizuku.

Mimizuku olhou para cima. Ela abriu sua boca até a metade sem dizer nada, então começou a falar.

"Feio? Se você for a uma cidade grande, certamente achará pessoas bonitas."

Ela mesma não tinha visto nenhum. Ela não havia falado assim de humanos antes. Ela ficou imaginando se já não houve uma vez. Seria bom que eu já tivesse, eu achei. Pessoas bonitas. Pessoas gentis. Em algum lugar desse mundo.

"Eu não estou falando de suas aparências. Suas almas são feias."

"Almas? O que é isso?"

"É algo dentro de um corpo."

"Mas não é somente sangue, a comida que você come, e várias outras coisas que saem?" O comentário dela tirou um olhar de desprezo de Fukurou.

Não havia nada que ele podia fazer sobre isso, então ela pensou por um tempo. Desde que era raro Fukurou falar com ela, ela queria conversar o máximo possível, pois ela ficava feliz conversando com ele.

"É como o seu coração? É algo assim?"

"Sim, algo assim."

"Ooooh! Você está dizendo que seus corações são feios? Há muitas coisas que eu odeio também, você sabe. Ehehe. Como aquelas pessoas que me diziam que sentiam-se mais sujas só por olhar para mim. Eles me batiam várias vezes! Eles diziam que os gados não podiam usar palavras humanas. Era tão estranho! Embora eu fosse um gado, eu podia falar como os outros humanos.

Mimizuku riu. Fukurou olhou para ela como se ela fosse algo realmente sujo. No entanto, Mimizuku não achou que esse olhar era ódio. Embora as pessoas da "vila" fossem sujas, eles olhavam para ela como se ela fosse mais suja. Mas Fukurou era muito mais bonito que os humanos, então Mimizuku pensou que é natural o Fukurou olhar para ela e achá-la suja.

Eu sou suja, mas estou aqui sentada ao lado do grandioso Fukurou.

"Ehehe. Ei, Fukurou."

Ela riu.

"Eu estou muito, muito feliz agora!"

Fukurou arregalou os olhos como se ele não tivesse entendido o que ela quis dizer.

"...Você, garota que nomeia bestas," ele falou.

"Sim?!" Respondeu Mimizuku, tirando o ar do peito.

Fukurou ignorou sua resposta.

"O que são esses números na sua testa?"

Era algo que Kuro já havia perguntado antes. Ela sorriu e respondeu.

"Eles são feitos por um ferro!"

Ela não conseguia lembrar a reposta que deu para Kuro, então sua explicação dessa vez soou um tanto diferente.

"Você sabe, como eles marcam as vacas e as ovelhas. Eu estava junto com elas. Aquilo queimava e me deixava confusa. O ferro estava vermelho de tão quente. Eu não lembro de mais nada depois, pois eu desmaiei..." Ela contou, rindo.

Fukurou não falou, mas aproximou-se de Mimzuku. Suas garras eram de um azul escuro e profundo, podiam ser confundidos com preto.

O coração de Mimizuku começou a bater mais rápido. Ele já havia estendido sua mão para ela antes, mas dessa vez foi diferente.

Seus dedos tocaram sua testa.

O Fukurou vai me comer?

Mimizuku fechou seus olhos.

Se ela fosse comida, ela esperava que não fosse doloroso. Não como o ferro, que era desagradavelmente quente.

O dedo de Fukurou estava gelado. No entanto, ela podia sentir calor depois que ele tirou o dedo.

Não muito depois, Fukurou tirou suas longas garras.

Ele não comeu Mimizuku.

Mimizuku abriu seus olhos. A lua brilhava, e Mimizuku começou a sentir-se estranha, como se houvesse um sino tocando em sua cabeça. ela começou a sentir sede. Ele sentiu algo queimando, estava formigando em algum lugar.

"Ehehe." Ela riu. Ela achou que tudo poderia ser melhor sorrindo.

"Em vez desses números ilegíveis, ter menos seria melhor." Disse Fukurou, contraindo seus olhos.

"Hã?"

Suas palavras deram a Mimizuku uma ideia e ela lentamente começou a descer a árvore. Ela correu em direção ao lago. Seu pé tropeçou enquanto ela ia, mas ela olhou para o lago para não perder o equilíbrio.

"Uwah!"

Ela caiu no lago. Com um grande respingo, as ondas radiavam sobre o lago. O lago raso atingiu suas costas. Ela olhou para seu reflexo nas ondas na superfície da água.

"Nyhehehehe."

Os números em sua testa tornaram-se uma marca desconhecida.

É lindo.

Parecia com as tatuagens no corpo de Fukurou, e brilhava ao luar. Era primeira vez desde que nasceu, que Mimizuku pensou que ela era bonita.

Notas de tradução[edit]