Koyomimonogatari ~Brazilian Portuguese~/Koyomi Montanha/004

From Baka-Tsuki
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004[edit]

E agora o epílogo; ou melhor, a punch line.

O Templo da Cobra Branca do Norte — a pessoa que acabou resolvendo o mistério da relocação do chamado antigo Templo da Cobra Branca do Norte da Ougi-chan foi, tão inesperadamente, a amiga da minha irmã mais nova, Sengoku Nadeko.

“Isso é simples, Koyomi-onii-chan.”

Foi o que ela tinha dito.

Foi o que ela, que tinha sido colocada sob os cuidados da casa dos Araragi por conta de vários motivos, tinha dito.

“É um jogo fácil.”

“Um jogo fácil...?”

Não.

Não importa que resposta fosse, carregar uma construção para o topo de uma montanha não poderia possivelmente ser simples ou fácil — e não poderia possivelmente ser um jogo.

Por outro lado, poderia ser que por conta da Sengoku ser uma gamer que ela poderia olhar para isso como um jogo, ela foi capaz de obter a solução tão facilmente.

“Parece que eles não fizeram nenhuma construção em larga-escala como pavimentar estradas, mas ouvindo do que você disse, Koyomi-onii-chan, eles tinham que fazer uma quantidade mínima, certo?”

“Hm? É...”

Incidentalmente, na hora em que eu estava falando com a Sengoku sobre isso, tive que manter o nome da Ougi-chan em segredo — e não só seu nome, mas sua própria existência. Mantendo em mente todos os vários incidentes que eu tinha passado, eu estava um pouco hesitante em apresentar uma à outra.

Bem, eu poderia estar sendo exageradamente cauteloso.

Embora eu não pudesse negar que eu sentia que estava exageradamente suspeitoso.

Claro, não era que eu não tivesse contado à Sengoku a história sobre o Templo da Cobra Branca do Norte — se era sobre aquele templo, então a Sengoku era alguém relacionado a ele.

“Então, eles realizaram uma quantidade mínima de construção lá.”

“O que você quer dizer?”

“Então, as pessoas fazendo a construção, as pessoas que a compleetaram...”[1]

Disse Sengoku.

Senti que a maneira que ela falava estava começando a ficar como a de Karen — estaria tudo bem se fosse que nem a Tsukihi, mas por que ela estava ficando que nem a Karen?... Talvez seja apenas a diferença da quantidade de influência que elas exerciam como pessoas.

Você poderia dizer que a Karen era boa em influenciar, enquanto a Tsukihi era boa em ser influenciada...

“No pico, eles tinham que limpar a terra e fazer um espaço para construir o templo, certo?”

“É. Bem, limpar a terra pra fazer espaço... Isso seria considerado a quantidade mínima de construção, certo? Não é como se tivesse um espaço aleatoriamente aberto no meio da montanha.”

“Certo. Então eles usaram a madeira das árvores que eles cortaram pra construir o templo.”

Não foi uma construção sem sentido — disse Sengoku.

Uma quantidade mínima e significativa.

“Com isso, eles não precisam carregar nenhuma madeira pro topo da montanha, certo? Então eles não precisaram abrir um novo caminho. Eles podiam subir uma trilha se caminho até o pico com força de vontade e passar a noite no topo pra fazerem a construção.”

“......”

Bem, eu não pensei que fosse absolutamente necessário que eles ficassem para passar a noite — mas era isso. Já que a locação era uma montanha, a madeira usada para construir a construção seria encontrada bem ao seu redor, sem precisarem carregá-la.

Havia uma montanha de madeira.

Uma vez, eu tinha inventado a mentira de que para construir o dojo que a Karen frequentava eles tinham usado o mesmo tipo de madeira da árvore no quintal... Mas isso certamente não estava cegamente tentando machucar a montanha que era sagrada — usando a madeira produzida da limpeza do terreno para construir o templo era, de certa maneira, uma produção local para um consumo local, em outras palavras, baseado em uma mentalidade ecológica na perspectiva da sociedade atual.

Era uma resposta tão simples que agora que eu tinha a ouvido, poderia ser somente essa resposta — se a questão da Ougi-chan tivesse sido formulada como, ‘Como você constrói um templo novo no topo de uma montanha sem a machucar?’, então com tempo, eu provavelmente teria sido capaz de chegar à mesma conclusão.

Contudo, nesse caso, a pergunta era...

“Mas, Sengoku. Deveria ser uma relocação, sabe? Não uma construção nova... Mas uma ‘mudança’. Se eles tivessem usado madeira nova e tivessem construído um novo templo, isso não seria simplesmente um templo completamente diferente?”

“Corpos... Quer dizer, corpos de adoração, eles provavelmente tinham levado coisas assim com eles. Mas se você vai fazer uma mudança de todo jeito, não preferiria construir um templo novo?”

......

Então seria algo como o Navio de Theseus?

Enquanto você continua a reparar o navio, você continua a trocar as partes do navio por novas, até que em algum ponto, nenhuma parte do original será deixado — mesmo assim, esse navio poderia ser considerado o mesmo que o novo navio?

Senti que era um problema desse tipo.

“Então eles apenas moveram a construção, trocando ela, e mantiveram somente o nome — espera, mas eles mudaram o nome também, não foi...”

Enquanto a fé não mudasse.

Não importa o que mais mudasse, pelo menos isso não mudaria — era quase como a lógica não podia mudar a emoção.

Mesmo que você tentasse trocá-la, ela não mudaria.

Era imutável — mas espere.

Era possível que isso fosse o que a Ougi-chan considerou ser o problema — em primeiro lugar, se posso acreditar no que a Ougi-chan disse, então relocar a construção no pico a montanha por si só foi um erro.

Um erro?

Não — o que era importante era o equilíbrio.

Consagrar um deus no topo daquela montanha destruiu algum tipo de equilíbrio —

“... A propósito, acabei de pensar nisso daquele quis, Koyomi-onii-chan.”

“Er, não era pra ser um quis, mas...”

“Aquele templo, mesmo que esteja precário agora, não será reconstruído de novo, será?”

“Reconstruído...”

Embora eu nunca tenha pensado nisso — sobre reconstruí-lo.

Certamente neste dia e nesta era, nós não faríamos algo como cortar as árvores próximas para construção — e nós não faríamos um caminho novo também.

Já que o templo tinha ficado tão precário. Uma reconstrução certamente era algo bem-vindo — mas ainda assim, o que aconteceria ao tão chamado equilíbrio da Ougi-chan?

Sem quaisquer visitantes de templos.

Reconstruir um templo sem nenhum deus — se ele fosse reformado, que tipo de fé nasceria ali?

Isso estava errado — ela não nasceria.

Ela continuaria.

Não importa que lógica você aplique, não importa que teorias você forme.

Fé e esquisitices — continuam a existir.

“Seria legal se eles o reconstruíssem,”

disse Sengoku.

“Se eles reconstruírem o templo, aposto que ele deixaria de ser um lugar pras ‘coisas ruins’ se reunirem. E então, o Kuchinawa — quero dizer, o deus cobra vai provavelmente voltar pro templo também. Certo, Koyomi-onii-chan?”

“Ah... Certo. Seria legal se isso acontecesse.”

Isso seria bom ou ruim?

Não tinha como eu saber isso — mas eu respondi à Sengoku dessa maneira.

Em todo caso, em algum ponto — era algo que poderia destruir o equilíbrio da nossa cidade.

Eu tinha uma premonição ruim.

Não, não uma premonição — eu senti que era real.

Que não demoraria muito até o dia em que usasse o talismã entregue a mim por Gaen Izuko — até o dia em que eu não tivesse nenhuma escolha senão usá-lo.


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  1. A Nadeko diz 'completaram' em hiragana, e não kanji, como a Karen.