Fate/Strange Fake: Prólogo

Uma fenda.

Aquela cidade, se erguendo das trevas do interior em volta, com toda certeza merecia ser chamada de uma "fenda".

Não era uma barreira disjuntiva, do tipo que podia separar o dia da noite; a luz das trevas. Em vez disso, era mais uma barreira harmoniosa, uma que demarcava a fronteira entre coisas da mesma laia. Essa era a parte curiosa de Snowfield.

Era uma bacia hidrográfica, mas as coisas que ela dividia não eram tão diferentes como magia e feitiço, mas também não era parecidas como homens e feras.

De um modo, era uma fronteira nebulosa, borrada com as cores da amanhecer e do anoitecer. Mas era mais do que só uma divisão. Era um vínculo negro, gerado da mistura de pigmentos.

Colocando de outra forma, era a fronteira de uma cidade com outro; a fronteira entre a natureza e o homem; a fronteira entre um homem e uma megalópolis. Não era tão diferente daquele pântano indistinto que separa sonhos de um mero sono.

O Faroeste Americano. A cidade fica um pouco ao norte de Las Vegas.

Suas cercanias eram resultado de um balanço delicado. Ao norte da cidade ficava um vasto desfiladeiro, lembrando o Grand Canyon. Ao oeste se deitava uma floresta densa, uma visão peculiar em uma área tão árida. Ao leste, um trato de lagos e pântanos; ao sul, um vasto deserto sem fim.

Apesar da cidade não ter um sinalzinho de plantações, era cercada pelas quatro direções por terras em perfeito estado para o plantio. De fato, aquela cidade por si só era uma existência estranha que se destacava de seus arredores como um fio de cabelo branco.