Bakemonogatari: Volume 1 - Macaca Suruga 004

From Baka-Tsuki
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004[edit]

Para Senjougahara, foram dois anos. Para mim, foram duas semanas.

Para Hanekawa, foi durante a Golden Week.

Para Hachikuji... bem, não tenho certeza sobre ela.

Se você está se perguntando sobre o que estou falando, é a duração de tempo em que passamos em contato com um monstro. A duração de tempo em que tivemos uma experiência estranha. A duração de tempo em que tivemos uma experiência terrível que muito certamente não era normal.

Leve eu, Araragi Koyomi, como exemplo.

Isso me envergonha o bastante para me fazer querer rastejar para dentro de um buraco e me esconder, mas eu fui atacado por um tipo antigo de vampiro durante esta sociedade civilizada do século 21. Eu senti um medo de gelar o sangue e pânico, e a tradicional e lendária vampira sugou todo o sangue do meu corpo.

Eu fui sugado até secar.

E eu me tornei um vampiro.

Eu temia o sol, odiava cruzes, evitava alho e detestava água benta. Em troca disso, eu recebi uma força física dezenas, centenas, milhares ou até mesmo dezenas de milhares de vezes maior que a de um humano normal. E em troca disso, eu senti uma fome absoluta por sangue humano. Eu me tornei um desses andarilhos noturnos frequentemente vistos em mangás, animes e filmes. Eu realmente senti que um vampiro tão irrealista era algo injusto. Os vampiros populares nestes dias caminham calmamente durante o dia, vestem cruzes como acessórios, comem gyoza e bebem água benta. Apenas as habilidades físicas permanecem.

Mesmo assim, a necessidade de sugar sangue humano permanece nos vampiros mesmo na cultura moderna popular.

Um demônio sugador de sangue. Um vampiro.

No final, eu fora salvo daquele inferno por um homem de meia-idade que passava por ali. Ele não era um caçador de vampiros, ele não era parte de alguma força especial cristã, e ele não era um vampiro que matou sua própria espécie. Oshino Meme meramente era um homem vestido de camisa havaiana desleixado que tinha passado por ali. Contudo, isso não mudou o fato de que aquelas duas semanas realmente tinham ocorrido.

Um demônio.

Um gato.

Um caranguejo.

Um caracol.

Havia uma coisa diferente entre mim e as outras três que eu tinha que manter em mente. A diferença era maior quando se tratava de Senjougahara Hitagi. Não era a diferença na duração de tempo.

Era o quanto nós havíamos perdido.

Ela tinha dito que não pretendia voltar a como ela era.

Mas isso não era absolutamente necessário. Não era apenas que Senjougahara não queria voltar atrás?

Afinal de contas, Senjougahara tinha cortado toda e qualquer socialização com os outros por dois anos. Ela não tinha feito contato com ninguém na turma por esses dois anos. Mesmo agora que esses dois anos acabaram, ela não tinha mudado.

Fora de sua relação comigo, nada havia mudado.

Araragi Koyomi tinha meramente se tornado uma exceção especial para Senjougahara, mas todo o resto tinha ficado o mesmo.

Nenhuma diferença podia ser vista antes e depois.

Ela meramente não tinha mais que ir à enfermaria da escola.

Ela meramente podia participar durante a Educação Física.

Ela ainda quietamente lia algo no canto da sala de aula. Era como se ler na sala de aula fosse sua maneira de construir um muro sólido entre ela e seus colegas de classe.

Ela realmente tinha apenas começado a falar comigo.

Ela só almoçava comigo.

Sua posição na sala de aula ainda era a de uma estudante de classe A quieta e doente. O resto da turma só viu isso como seu humor e doença melhorando um pouco.

Hanekawa, a representante de classe, tinha inocentemente se alegrado e disse que era uma melhora maravilhosa, mas eu não podia ver esse quadro e sentimento positivamente.

Ela não tinha perdido tudo isso.

Ela mesma pode ter deixado isso de lado.

Mas o resultado era o mesmo.

Eu não quero parecer que sabia do que estava falando. Eu não fazia ideia de como a nossa relação seria dali em diante, e eu não achava que fosse um problema com o qual eu devesse interferir.

Eu não sentia que interferir e se intrometer era a coisa certa a se fazer.

Mesmo assim, eu não deixava de ter um certo pensamento.

E se a Senjougahara...?

Atualmente, ela não estava carregando um grampeador por aí. Isso era um passo adiante e uma mudança, então ela não podia continuar a seguir pelo mesmo caminho?

E se ela se abrisse para mim e não só para mim?

“Alô?”

“Alô, desculpe pela espera. Aqui é a Hanekawa.”

“...”

Enquanto aquela era a maneira apropriada de se responder a um telefonema, era realmente certo dizer isso com um celular? Hanekawa Tsubasa.

A representante de classe e estudante de alto nível.

Ela parecia ter nascido para ser uma representante de classe.

Eu tinha originalmente brincado sobre ela ser a representante de classe entre as representantes de classe escolhidas por deus, mas nos dois meses em que eu tinha trabalhado com ela como o vice-representante de classe, eu tinha descoberto que ela combinava tanto com isso que não era mais engraçado. Adquirir conhecimento era algo imensamente importante para humanos, mas essa era uma coisa que eu desejava não ter descoberto.

"O que é? É bem incomum você me ligar, Araragi-kun."

"Ah, não é nada demais. Eu só queria te perguntar sobre uma coisa."

"Você quer me perguntar sobre algo? Tudo bem. Oh, é sobre o que a nossa turma está fazendo para o festival cultural? Sério, seria melhor não pensar demais sobre o festival cultural até as provas acabarem. Você está com as mãos ocupadas com isso, certo, Araragi-kun? Claro, eu vou cuidar de todas as tarefas menores por enquanto. Ou você está me dizendo que deveríamos mudar o que estamos fazendo? Nós decidimos isso por enquete, então seria difícil. Oh, ou tem algum tipo de problema que nos leve a ter que mudar isso? Se sim, nós precisamos lidar com isso o mais rápido possível."

"Você poderia não sair tanto do assunto?"

Ela realmente era do tipo de mover a conversa para algum outro lugar sozinha.

Ela não só chegava a conclusões erradas um bocado, mas falava um bocado e rápido.

Era difícil conversar diretamente.

Eram oito horas da noite.

No caminho de retorno da casa de Senjougahara nos Apartamentos Tamikura, eu estava caminhando por uma rua asfaltada enquanto empurrava minha bicicleta em vez de sentar no seu assento. Isso não por que Hachikuji estava do meu lado ou porque Kanbaru estava correndo até mim. Eu simplesmente queria pensar.

No final, nós tínhamos estudado até as oito da noite.

Era hora do jantar, então eu tinha esperanças de que Senjougahara cozinharia algo pra mim, mas ela não mostrou nenhum sinal de que faria isso. Eu tinha finalmente perdido a paciência e tinha reclamado do meu estômago vazio.

“Entendo. Então podemos terminar aqui. Tenho certeza de que você pode se lembrar, mas há muito poucos postes nesta área. Tome cuidado no seu caminho para casa. Vejo você depois, jacaré.”

Ela tinha prontamente me levado pra fora. Como seu pai geralmente trabalhava até tarde da noite, Senjougahara Hitagi essencialmente vivia sozinha, então ela tinha que ter sido capaz de cozinhar.

O nível de dificuldade dela só continuava a aumentar e aumentar.

Mas, mesmo assim, eu não estava tão faminto, então minha reclamação de fome tinha sido uma mentira na maior parte.

Eu disse que tinha estado pensando, mas eu era a pessoa da qual Senjougahara tinha desistido de tentar lecionar ao nível de conseguir notas médias. Para mim, pensar não era tão produtivo. Era só mais para minha própria satisfação. Contudo, tinha algumas coisas que eram permitidas de acabarem no nível de autossatisfação e algumas coisas que não eram. Essa era a última.

E então eu liguei pro celular da Hanekawa enquanto caminhava empurrando minha bicicleta com a minha mão direita. Passava das oito da noite, então eu não tinha certeza se era uma hora adequada de se ligar pra uma garota com a qual eu não tinha uma relação tão próxima. Contudo, pela reação da Hanekawa, deve ter estado no alcance aceitável. Hanekawa era a personificação da diligência e era mais estrita com as morais do que a maioria, então ela teria me dito se eu não devesse estar fazendo o que estava fazendo.

“Hum, isso pode acabar sendo uma conversa longa. Você tem tempo, Hanekawa?”

“Hm? Sim. Eu só estava fazendo um estudo leve.”

“......”

Ela realmente deve ter sido a representante de classe entre as representantes de classe escolhidas por deus para dar essa resposta tão prontamente sem soar desagradada por ela.

O que se qualifica como estudo “leve”?

“Bem, eu vou tentar deixar isso o mais curto possível. Hanekawa, você foi pra mesma escola de ensino fundamental que a Senjougahara, certo? Qual era..? Ah, certo. Escola Pública do Ensino Fundamental Seifuu.”

“Sim, eu fui.”

“Então você conhece Kanbaru Suruga, que tá a um ano abaixo da gente?”

“Claro que conheço. Na verdade, tem alguém que não conhece ela? Até mesmo você conhece, certo, Araragi-kun? Ela é a capitã do time de basquete e é vista como uma estrela pela escola. Até mesmo eu fui a alguns jogos dela com amigas para animá-la.”

“Bem, eu não tô realmente interessado no presente. Eu quero saber sobre quando a Kanbaru tava no ensino fundamental.”

“Hmm? Você quer? Por quê?”

“Eu só quero.”

“Hmm. Bem, ela não era tão diferente no ensino fundamental do que agora. Ela era a estrela do time de basquete. Da última metade do segundo ano em diante, ela era a capitã assim como agora. O que tem isso?”

“Oh, hum...”

Eu não podia contar a ela.

Eu não podia dizer a ela.

Ela não acreditaria em mim.

Quem acreditaria que aquela estrela da escola estava perseguindo a mim, de todas as pessoas?

Também tinha o problema do quanto da situação era permitido para eu contar a ela. Mas, bem, era a Hanekawa, então eu decidi que podia contar a ela uma certa quantidade. Claro, eu seria indireto com as partes que eu deveria manter ocultas.

“Eu ouvi falar que a Kanbaru e a Senjougahara se davam bem no ensino fundamental. Isso é verdade?”

“Hmm? Eu creio que disse isso a você antes, mas ainda que eu estivesse na mesma escola do fundamental, na verdade eu nunca tive nenhum contato físico com a Senjougahara-san. Ela era popular, então alguém simples como eu tinha apenas ouvido falar dela.”

“Essa sua modéstia sempre me comove, mas a gente poderia deixar ela de lado uma vez?”

“O Combo Valhalla.”

“Hã?”

“Eu acabei de me lembrar. Elas eram chamadas de Combo Valhalla. Senjougahara-san do atletismo e Kanbaru-san do time de basquete formavam o Combo Valhalla.”

“O Combo Valhalla? O que Valhalla significa? Esse termo soa meio familiar. E por que elas eram chamadas disso?”

“O ‘baru’ de Kanbaru e o ‘hara’ de Senjougahara eram colocados juntos para formar ‘baruhara’, ou Valhalla. Valhalla é o templo paradisíaco em que Odin vive na mitologia nórdica. Os espíritos dos guerreiros que morreram em batalha são convidados para lá, então ele é conhecido como a terra sagrada do deus da guerra.”

“Oh, então pega o ‘deus’ de Kanbaru e o ‘campo de batalha’ de Senjougahara.”[1]

“E isso era o Combo Valhalla.”

“Entendo...”

Encaixava-se perfeitamente demais.

Algumas pessoas inventavam nomes inteligentes mesmo que fosse só para um apelido, mas o nível de dificuldade desse era tão alto e ele tinha um toque tão amável que a maioria das pessoas simplesmente ficaria impressionada ao ouvi-lo. Isso me deixou sem o que dizer, mas imagino que essa seja apenas a maneira cruel em que você acaba olhando para isso quando se está no cargo das réplicas inteligentes.

“Bem, já que elas eram um combo, imagino que elas pelo menos se davam bem até certo grau. Senjougahara-san estava no time até ela se formar, então no mínimo elas tinham uma associação por ambas estarem em times de esporte.”

“Você sabe de tudo, não é?”

“Eu não sei de tudo. Eu só sei o que sei.”

Essa era nossa típica conversa.

A todo custo, eu senti que agora eu era mais capaz de ler entre as linhas do que estava acontecendo.

Mas o que eu faria agora que tinha lido entre as linhas?

O que eu iria fazer sobre as linhas em si?

“Isso pode ser repetir uma pergunta que já te fiz antes, mas a Senjougahara era uma pessoa completamente diferente durante o ensino fundamental, certo?”

“Sim, ela era. Ainda assim, mesmo ela tem mudado um pouco recentemente. Mas ela ainda é muito diferente daquela época.”

“Entendo...”

Ela estava mudando.

Ela estava mudando, mas só em coisas relacionadas a mim.

E era por isso que ela era diferente do passado.

“Ela era popular com seus calouros?”

“Sim. Ela era popular tanto com os meninos quanto com as meninas. Além disso, aparentemente não era limitado aos calouros. Quando ela tinha veteranos, esses veteranos eram bastante afetivos com ela, e, claro, ela era bastante adorada por seus colegas de classe.”

“Então ela era popular com todo mundo, sendo jovem ou velho, homem ou mulher, hm?”

“Essa é só uma diferença de veterano e calouro, então não penso que seja uma questão de ‘jovem ou velho’. Mesmo assim, se eu tivesse que escolher, eu diria que ela era mais popular com as calouras. É isso que você queria saber, não é, Araragi-kun?”

“... Fico contente por você ser tão perceptiva.”

O problema é que ela podia ser perceptiva demais.

Não era tão ruim quanto com Oshino, mas parecia que ela via bem através de você.

“Mas, Araragi-kun, é a Senjougahara-san atual que você ama, não a antiga, certo?”

“......”

Você é que nem aquela estudante da quinta série.

Incidentalmente, apesar de nenhum de nós ter contado isso a alguém, todos sabiam que Senjougahara e eu estavam namorando. Senjougahara possuía a posição da dócil estudante classe A, e ela pretendia permanecer nessa posição, então ela não tinha nenhum colega de classe para quem contaria algo assim. O mesmo poderia ser dito de mim, mas por razões diferentes. As pessoas não tinham nenhum motivo para abertamente zombar dessa ideia, então não era algo que se espalhava feito fogo na mata, mas em algum momento tinha se tornado algo que todo mundo assumia saber.

Rumores podiam ser coisas assustadoras.

Parecia ter levado algum tempo para quebrar o muro entre o terceiro ano e o segundo ano, no que alcançou Kanbaru. Contudo, dado que Senjougahara era bem conhecida e que Kanbaru tinha motivo para ter um interesse extra no que se referia a Senjougahara, parecia que deveria ter acontecido mais rápido do que isso, mas acho que esse é apenas o jeito que as coisas são quando elas têm que ir entre classes.

“Você pode estar cansado de me ouvir falar isso, mas tenha certeza de manter uma atitude apropriada e pura em relação ao seu relacionamento, Araragi-kun. Não faça nada que sequer iniciasse boatos de que algo imoral estaria acontecendo. Bem, Senjougahara-san parece ser uma garota comportada, então eu duvido que isso se torne algo desagradável.”

“Oh... Uma garota comportada, hm?”

Pensando nisso, a Hanekawa ainda não sabe sobre o verdadeiro caráter da Senjougahara...

Nossos colegas de classe eram uma coisa, mas a Senjougahara era alguma coisa para iludir até mesmo a Representante de Classe Hanekawa das Asas de Formato Estranho que tinha sabido que estávamos namorando antes mesmo de termos começado a namorar. Nesse sentido, Senjougahara de fato tinha me mostrado um lado que ela não tinha mostrado a mais ninguém, mas isso não me deixava nem um pouco contente. Quando eu disse que queria ver um lado dela que era especial ou exclusivo, estava me referindo a algo mais.

Mas, sério, isso meio que resumia o estado do nosso relacionamento. Ela nem mesmo cozinharia pra mim, então certamente parecia improvável que ele se desenvolvesse para algo desagradável.

......

Sim.

Kanbaru tinha sido rejeitada, então ela sabia do verdadeiro caráter da Senjougahara independente do que pode ter acontecido no ensino fundamental. E já que ela tinha me chamado sabendo disso, Kanbaru deve ter...

“A Senjougahara-san é difícil”, disse Hanekawa, subitamente.

Eu me lembrei de que Hanekawa tinha dito algo parecido antes. Claro, era a Hanekawa que estava falando, então ela não estava falando da dificuldade de completar a rota de Senjougahara Hitagi.

“Eu não pretendo dizer que sei do que estou falando, mas a Senjougahara-san criou um campo impregnável ao redor dela.”

“......”

“Araragi-kun, você tem um também. Todo mundo tem um campo ao redor de si mesmos na forma de privacidade. A principal diferença é quão forte esse campo é. Você e Senjougahara-san construíram esse campo dentro das paredes grossas de um castelo para escondê-lo por trás. A maioria das pessoas que fazem isso acham a interação social em si irritante. Você pode pensar em algo assim?”

“Pra mim? Ou pra Senjougahara?”

“Para vocês dois.”

“Bem, eu com certeza posso pensar em alguma coisa.”

Era definitivamente verdade.

Mas nesse caso...

“Mas, Araragi-kun, não gostar de interação social e não gostar de pessoas não são a mesma coisa.”

“O quê? Mas elas não são?”

“ ‘Neste mundo nosso / as idas e vindas das pessoas / podem ser bastante cansativas’ ”, disse Hanekawa, numa voz calma e composta. “ ‘Mas eu por acaso sinto que / você é a única exceção’... Não importa o quão ruim em japonês você seja, você com certeza pode entender o que isso significa. Você entende o que estou tentando dizer agora?”

“... Sim.”

Não tive escolha senão responder desse jeito.

Mas eu ressenti ser tratado como uma criança.

Contudo, eu não podia pensar em fazer mais nada além de agradecê-la.

“Obrigado. Desculpe por ter gastado seu tempo com essas perguntas sem sentido.”

“Oh, elas não são sem sentido. Querer saber sobre a sua preciosa namorada é completamente normal”, disse Hanekawa.

Ela não tinha nenhum problema dizendo algo embaraçoso como isso.

Ela realmente era a representante de classe entre as representantes de classe.

“Contudo, eu não acho que você deveria cavar fundo demais no passado da sua amante. Tenha certeza de que não está fazendo isso puramente por diversão, Araragi-kun, e também tenha certeza de só fazer isso com moderação.”

Com esse último aviso óbvio, ela disse “tchau, tchau” e se calou.

Fiquei um pouco confuso quanto a por que ela disse tchau, mas não desligou, porém então me recordei que eu tinha ensinado a ela durante as férias de primavera que a etiqueta das ligações ditava que aquele que chamava deveria desligar primeiro.

Ela é tão seguidora das regras que me assusta...

Com esse pensamento, eu disse “Vejo você amanhã na escola” e apertei o botão de encerrar chamada. Eu então fechei meu celular e o coloquei no meu bolso de trás.

Agora, o que eu deveria tirar disso tudo?

Eu tinha um certo nível de entendimento em relação a como Senjougahara falava e como ela agia. Isso era por conta de ter estado numa posição similar a dela uma vez e ter passado por algo similar ao que ela passou. Então por que eu me simpatizava mais com a Kanbaru?

Tinha algo que eu queria fazer se pudesse fazê-lo.

Se pelo menos eu tivesse sido capaz de fazer.

Em algum momento, Senjougara tinha começado a ver gentileza como um ato hostil. Ela diria que não era da conta da pessoa, que ela estava se intrometendo, ou que ela era um incômodo. Ela tinha mostrado essa aberrante filosofia de pensamento para mim, mas o que eu queria fazer não era necessariamente uma gentileza.

Afinal de contas, eu faria isso por motivos (precipitadamente) calculados. Esse lado impudente me manteve de falar isso e até mesmo me manteve de pensar abertamente nisso.

Mas eu não podia deixar de pensar nisso.

Eu queria que a Senjougahara reganhasse o que tinha perdido.

Eu queria que a Senjougahara apanhasse o que ela tinha jogado fora.

Afinal de contas, isso era algo que eu absolutamente nunca poderia fazer.

“Discutir isso com o Oshino não ajudaria. Aquele bastardo animado não é do tipo de tomar conta das coisas depois que o problema principal é resolvido. Bem, acho que eu realmente não tenho o direito de falar... Pera um pouco.”

Subitamente se lembrar de algo por nenhum motivo palpável depois de ter completamente se esquecido disso não era tão incomum, e isso foi precisamente o que aconteceu aqui. Eu abri o zíper a bolsa de viagem pendurada no meu membro e chequei seu conteúdo. Eu sabia que não encontraria o que estava procurando, mas eu não conseguia deixar de fazer esse esforço em vão. Como esperado, o envelope que Senjougahara tinha me entregue não estava na bolsa.

Era o envelope que tinha o dinheiro para o Oshino.

“Eu deixei ele no chão perto da almofada em que eu tava sentado?... Aah, o que eu faço?”

Já que era dinheiro, seria melhor cuidar dele o mais breve possível, mas também não era um problema tão urgente. Eu podia simplesmente fazê-la me entregá-lo no dia seguinte na escola. Eu duvidava que esse fosse o caso, mas era possível que eu tivesse o colocado no meu bolso e que ele tinha caído em algum momento enquanto eu estava caminhando e conversando no celular com Hanekawa. Por esse motivo, considerei ligar pra Senjougahara para checar... mas não.

Eu estava caminhando enquanto empurrava minha bicicleta, então não tinha coberto tanta distância. Se eu voltasse de bicicleta, chegaria aos Apartamentos Tamikura logo logo, então voltar logo naquele instante era a melhor opção. Dado quão tarde estava, isso significava se deparar com o pai da Senjougahara se o pior acontecesse. Contudo, visto quão ocupado ele parecia estar com as coisas que Senjougahara tinha dito, as chances disso pareciam rasas o bastante para ignorá-las.

Era verdade que uma ligação poderia ter resolvido tudo isso, mas eu queria tomar vantagem de qualquer chance de ir ver a Senjougahara.

Eu podia não saber como fazer ela pegar isso, mas eu queria sentir uma atmosfera romântica mesmo que só um pouco.

“Bem, de todo jeito.”

Eu subi na minha bicicleta e a virei.

Assim que o fiz, comecei a me perguntar se estava chovendo.

Mas não porque uma gota de chuva tinha caído na minha bochecha ou algo do tipo. Uma vez que virei a bicicleta pro outro lado, eu vi alguém de pé lá como se estivesse me seguindo esse tempo todo.

Aquela pessoa vestia uma capa de chuva.

O capuz estava levantado e cobria completamente sua cabeça.

Ela também vestia botas de chuva pretas e luvas de borracha.

Ela estava completamente vestida para a chuva, mas eu não podia sentir sequer uma gota quando estendi minha mão.

Quando olhei para cima, eu podia ver as estrelas no céu.

Nesta cidade rural ainda mais remota que uma região rural, apenas algumas nuvens espalhadas eram rudes o suficiente para cruzarem pelo céu e bloquear o luar.

“Hm...”

Sim...

Eu sabia exatamente o que estava acontecendo aqui. Eu sabia bem demais. Bem até demais. Era exatamente a mesma coisa pela qual eu tinha muito passado durante as férias de primavera.

Eu não podia deixar de dar um meio sorriso que não se adequava nem um pouco à situação. Era deslocado, mas isso parecia tão familiar que quase parecia nostálgico. Eu também me lembrei da minha experiência com Hanekawa durante a Golden Week.

Se tinha um problema aqui... sim, seria isso, diferente da época das férias de primavera, eu não era mais imortal ou um vampiro.

Eu dificilmente poderia me manter calmo com isso acontecendo, mas se manter calmo era o que mais importava quando se tratava de determinar com que tipo de oponente eu estava lidando aqui. Noutras palavras, eu tinha ganhado um pouco de experiência com essas coisas durante os últimos meses e tinha ficado de alguma forma acostumado a eles.

A esquisitices, isto é.

Ficaria tudo bem pra mim se essa fosse uma esquisitice fisicamente inofensiva como o caracol com Hachikuji no Dia das Mães, mas os meus instintos diziam para fugir. Não, não eram meus instintos. Eram os instintos da lendária vampira que ainda vivia dentro do meu corpo até algum pequeno grau.

Eu tomei uma decisão no mesmo segundo e saltei — ou mais caí — da minha bicicleta para virá-la novamente.

A decisão se provou sábia, mas em troca, eu perdi para sempre minha preciosa, preciosa mountain bike. A capa de chuva saltou em direção a mim rápido demais para segui-lo visualmente e seu punho esquerdo bateu no centro do guidão da mountain bike logo depois que pulei para fora do caminho. A mountain bike dobrou, chanfrou e foi arremessada como leves pedaços de papel pegos num intenso redemoinho. Ela chocou-se contra um poste telefônico e parou, mas já tinha perdido qualquer vestígio de sua forma original como uma mountain bike.

Se eu não tivesse me esquivado, isso teria sido eu.

Não é?

A pressão do vento impulsionada pelo punho foi o suficiente para rasgar minhas roupas.

Similarmente, a alça da minha bolsa de viagem rasgou, e ela caiu do meu ombro para o meu pé.

“I-isso é completamente diferente.”

Até mesmo meu sorriso amargou se enrijeceu por conta disso.

Mesmo que não tivesse me acertado, simplesmente estar por perto tinha me dado uma presença espantosa e tanto. Mesmo que isso não pudesse sonhar em se igualar a lendária vampira, a pressão rodopiante ainda foi o bastante para me lembrar dela. Essa esquisitice veio com medo físico.

Isso não era nada como o Dia das Mães.

Era definitivamente mais como as férias de primavera.

Eu tinha perdido minha bicicleta, mas talvez eu pudesse fugir a pé?

Baseado no que eu tinha visto dos movimentos da capa de chuva (ou melhor, no que eu não tinha visto), ela se movia rápido demais para ver e escapar a pé seria uma tarefa impossível.

Além disso, mesmo que eu pudesse fugir, eu duvidava de que poderia virar minhas costas para essa esquisitice. Virar minhas costas para ela e desviar meu olhar dessa capa de chuva me assustava mais do que qualquer outra coisa. Era um medo primordial do qual eu não podia sonhar em se livrar sozinho. Retiro o que disse.

Eu não estava acostumado a essa sensação nem um pouco.

Não importava quanta experiência eu tivesse.

Eu não gosto de nem mesmo pensar nisso.

A capa de chuva se virou para me encarar. O capuz estava tão puxado sobre sua cabeça que eu não podia ver o rosto dentro dele. Na verdade, até mesmo antes de pensar no rosto, parecia mais uma caverna profunda. Era tão, tão profunda que eu não podia ver nada dentro.

Parecia ausente deste mundo.

Parecia perdido para este mundo.

Então a capa de chuva me encarou e levantou seu punho esquerdo novamente.

Eu não podia esperar me esquivar de algo tão rápido com somente meus reflexos, mas assim como quando ele tinha destruído minha mountain bike, era um movimento absurdamente direto. Reunindo minha decisão e reagindo a esse primeiro movimento me permitiu apenas mal me esquivar disso, e esse punho esquerdo do qual me esquivei fácil e simplesmente socou através do muro de blocos de cimento atrás de mim. Era como se ela tivesse sido arremessada por uma catapulta aérea.

Aquela força destrutiva parecia uma piada ruim. Em meu choque, decidi usar o tempo que a capa de chuva levou para puxar sua mão do muro de blocos de cimento para me levantar. Noutras palavras, eu assumi que teria alguns segundos de segurança enquanto ela agia feito um macaco com sua mão presa num jarro, mas essa suposição era ingênua demais. Ela não se aplicava aqui. Começando por onde a mão esquerda estava a perfurando, vários metros do muro ruidosamente ruíram-se como uma barragem explodindo de um único buraco.

Era uma cena familiar.

Eu nem mesmo tive um instante de segurança.

Como se contorcesse seu corpo, aquele punho esquerdo voou diretamente para mim. Dessa vez não tinha nenhum movimento inicial ou moção; ela simplesmente me socou com toda sua força de onde estava.

Era o mesmo ataque em catapulta.

Eu não podia me esquivar ou sequer me defender a tempo.

Eu não podia nem mesmo dizer onde eu tinha sido socado.

Minha visão imediatamente girou uma, duas, três e então quatro vezes. Como se minhas vias de pensamento tivessem sido sacudidas, uma aceleração gravitacional intensa recaiu-se sobre mim por toda direção, o mundo inteiro ao meu redor ficou mais e mais distorcido, e eu finalmente choquei-me de cara no asfalto.

Eu senti meu corpo todo rasgar-se pelo chão.

Eu me senti feito um rabanete ralado.

Contudo, doeu.

E se doeu, eu ainda estava vivo.

Meu corpo inteiro doía. A maior dor estava no meu estômago, então talvez fosse onde fui socado. Eu rapidamente tentei me levantar, mas as minhas pernas estavam tremendo demais, e tudo que consegui fazer foi me virar de costas.

A capa de chuva estava bem distante. Ou assim parecia, pelo menos. Eu pensei que poderia ter sido uma ilusão, mas não era. Ela realmente estava bem longe. Eu aparentemente tinha sido nocauteado pra tão longe com só um ataque. Realmente era uma catapulta.

O conteúdo das minhas entranhas parecia... doente.

Eu reconheci esse tipo de dor.

Não eram os meus ossos.

Muito provavelmente, alguns dos meus órgãos tinham rompido.

Mas mesmo que parte do conteúdo tivesse sido destruído, eu verifiquei e descobri que a forma geral do meu corpo tinha sobrevivido.

Ah, entendi. Bicicletas e pessoas não são construídas do mesmo jeito, então o mesmo soco exato não vai me deixar em pedaços assim. É isso aí, juntas. Viva aos músculos.

Dito isso, eu não iria me mover tão cedo com esse tipo de dano.

E a capa de chuva estava se aproximando de mim. Dessa vez, era um movimento vagaroso que quase parecia queimar a imagem em minhas retinas. Outro ataque — ou dois, ou três, só pra ter certeza — e isso estaria acabado, então ela não tinha nenhum motivo para se apressar.

Fazia sentido. Era uma boa decisão.

Mas o que era isso?

Essa esquisitice quase parecia estar atacando pessoas aleatórias. Após esmagar minha bicicleta e quebrar aquele muro de blocos de cimento, já era claro que isso não era uma “pessoa”, não importa o quão humanoide ela se parecesse. Mas então, por que essa esquisitice estava me atacando?

Esquisitices sempre tinham motivos apropriados.

Elas não eram mistérios completos.

Elas eram lógicas. Elas tinham regras por de trás delas.

Isso era a maior coisa que eu tinha aprendido do Oshino e do meu tempo com aquela linda vampira. Portanto, eu podia concluir que essa esquisitice também tinha algum motivo para o que estava fazendo, mas eu não conseguia pensar em nada.

O que era a causa?

Eu pensei de volta no que tinha acontecido naquele dia.

Eu pensei de volta em com quem eu tinha me encontrado naquele dia.

Hachikuji Mayoi.

Senjougahara Hitagi.

Hanekawa Tsubasa.

Minhas duas irmãzinhas, meu professor de sala, minhas colegas de classe cujos rostos eu não conseguia me lembrar muito bem, e...

Enquanto eu passava pelos nomes em minha mente, o nome final na lista era Kanbaru Suruga.

“...!”

Nesse momento, a capa de chuva se virou.

Aquele corpo humanoide encarou a exata direção oposta.

Ela imediatamente saiu correndo e desapareceu.

Foi tão súbito que me deixou sem palavras.

“Hã? Hãã?”

Por que isso tão de repente?

Enquanto a dor dominando o meu corpo mudou de vazia para aguda, eu olhei acima para o céu. Eu ainda podia ver as estrelas e a lua lindamente brilhando lá. A cena parecia terrivelmente contrastar com o fraco cheiro de sangue saindo do meu corpo.

O sabor forte do sangue encheu minha boca.

Os meus órgãos definitivamente tinham sido danificados. Minhas entranhas tinham sido maravilhosamente misturadas. Mas, bem, isso não iria me matar. Eu não precisava de uma viagem ao hospital também. Mesmo que eu não fosse mais imortal, eu ainda tinha algum poder curativo sobrando. Se eu descansasse a noite toda, me recuperaria bem o suficiente. Eu tinha escapado dessa com vida.

Mas...

A memória do momento logo antes de eu ter sido socado veio a minha mente por nenhum motivo. O punho esquerdo da capa de chuva tinha voado em minha direção. Esse flashback deu zoom naquele punho. A luva de borracha deve ter se rasgado pela fricção quando socou a bicicleta ou perfurou o muro porque quatro buracos tinham sido formados na base dos dedos. Esses buracos pareciam-se com uma caverna assim como o interior do capuz. Eles pareciam estar ausentes ou perdidos.

Mas eu podia ver o punho esquerdo dentro. Ele se parecia com a mão de uma besta.

“Araragi-kun.”

Eu ouvi uma voz acima da minha cabeça.

Era uma voz brusca tão fria que tinha caído para baixo de congelante.

Eu olhei pra cima e vi olhos similarmente gélidos e sem emoção me encarando. Era Senjougahara Hitagi.

“... Oi, há quanto tempo.”

“Sim, há quanto tempo.”

Tinha se passado menos de uma longa, longa hora.

“Você se esqueceu de uma coisa, então eu vim entregá-la.”

Ela estendeu sua mão direito para empurrar um envelope na frente dos meus olhos. Eu podia dizer o que era sem tê-lo tão perto, mas era o envelope contendo os cem mil ienes que ela precisava pagar para o Oshino.

“Esquecer tão obviamente o que eu lhe dei é um crime digno de punição máxima, Araragi-kun.”

“É... sinto muito.”

“Desculpar-se não irá me convencer de lhe perdoar. Eu corri atrás de você planejando lhe atormentar com todas as minhas forças, mas parece que você já puniu a si mesmo. Esse é um nível de lealdade impressionante.”

“Eu realmente não sou do tipo que se pune.”

“Não precisa esconder isso. Ante a essa lealdade, eu irei meio lhe perdoar.”

“...”

Ela iria diminuir minha sentença, mas não me poupar.

Parecia que a Corte de Senjougahara operava sob umas regras estritas.

“Mas, deixando a brincadeira de lado”, disse ela. “Você foi atropelado por um carro? Eu vi o que parecia ser os restos destruídos da sua amada bicicleta. Mais que destruída, ela estava presa num poste telefônico. Eu não sei como isso aconteceria a não ser que você fosse atropelado por um comboio inteiro.”

“Hmm...”

“Você se lembra do número de licença, não lembra? Irei me vingar por você. Começarei completamente reduzindo o carro a pedaços e então vou torturar o motorista até que ele se ajoelhe e me implore para que eu o atropele e o mate com uma bicicleta.”

Senjougahara Hitagi não tinha nenhum problema em fazer tais declarações perigosas.

Eu estava aliviado ao descobrir que tudo estava tão normal. Era estranho e meio engraçado que a língua afiada da Senjougahara foi o que me fez realmente perceber que eu ainda estava vivo.

“Não, eu caí sozinho. Eu não tava prestando atenção aonde eu tava indo... Eu tava no celular enquanto pedalava... e eu bati direto no poste telefônico...”

“Oh, entendo. Então... sim. Que tal eu pelo menos destruir aquele poste telefônico?”

Aquilo era só um ataque de raiva.

Não estava sequer se descontando em alguém.

“Isso causaria problemas pros residentes locais, então que tal não fazer isso?”

“Entendo... Mas esses machucados parecem leves para se chocar naquele muro de cimento robusto fortemente o bastante para destruir ele. Araragi-kun, você tem um corpo muito suave. Estou impressionada. Eu tenho certeza de que essa suavidade virá a calhar algum dia. Vejamos... você não precisa de uma ambulância, certo?”

“Certo...”

A Senjougahara tinha se incomodado em trazer esse envelope pra mim porque também queria tomar vantagem de qualquer chance de me ver? Ela provavelmente tinha a intenção de pegar um ônibus e deixá-lo na minha casa. Essa possibilidade me fez sinceramente feliz, mesmo que ainda não estivesse bem no mesmo nível de uma tsundere.

E ela me salvara ao aparecer aqui.

Mesmo que ela não tivesse feito isso intencionalmente, a capa de chuva parecia ter desaparecido quando ela apareceu.

“Vou poder me mexer depois que descansar um pouco.”

“Entendo. Então eu providenciarei um generoso serviço a você.”

Senjougahara colocou seus pés em ambos os lados da minha cabeça enquanto eu me deitava sobre minhas costas. Eu já citara suas vestimentas naquele dia, mas ela estava vestindo uma longa saia. Ela não estava vestindo meia-calça, então eu podia ver suas pernas nuas e esguias. E daquele ângulo, o cumprimento da sua saia não importava muito.

“Aproveite até poder se mover novamente.”

“...”

Pra ser completamente franco, eu tinha quase certeza de que já podia me levantar se tivesse tentado, mas eu decidi deitar ali e pensar um pouco mais. Os meus pensamentos não iriam ser muito produtivos, mas eu ainda fiz isso.

Eu pensei na Senjougahara e no dia seguinte.

Notas do Tradutor[edit]

  1. O "Kan" de Kanbaru significa "deus", e o "Senjou" de Senjougahara significa campo de batalha.


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